Por Giselle Silva, Lília Santos e Thailor Gonçalves
O primeiro capítulo fala sobre o trabalho em equipe a partir do caso do avião da Tam que se envolveu em um acidente em São Paulo, no dia 17 de julho de 2007. Os autores descrevem como seus colegas de trabalho da redação onde trabalhavam se mobilizaram para noticiar o acontecido. Na época, segundo eles, em função de dificuldades técnicas e de recursos, enfrentaram extrema dificuldade para chegar ao local do acontecimento e noticiá-lo com presteza. Foi necessário fazer uma edição do telejornal ao vivo, direto do local do acidente, mesmo sem tempo necessário para produção de reportagens.
A partir desse relato, o livro expõe uma questão: “O que diferencia o jornalismo?” E responde: “A notícia”. Segundo os autores, é o jornalista quem se responsabiliza em tornar um fato em notícia a partir de seus conhecimentos e critérios de noticiabilidade.
A seguir, fala-se da importância do trabalho em equipe e explica um modelo de organograma de uma redação de televisão.
A produção do conteúdo jornalístico de TV se divide em factuais (pautas quentes) e matérias produzidas (pautas frias). As factuais são o registro de acontecimentos recentes de última hora que não foram planejados. Já as produzidas são assuntos pesquisados e produzidos antecipadamente.
O livro também discute a respeito do “interesse público” e “interesse do
público”. O autor argumenta que o interesse público é aquilo que a sociedade
precisa saber, por exemplo, a posse do presidente em exercício Michel Temer. Já
o interesse do público é tudo que desperta a curiosidade, mas que não irá
interferir na vida da população – a separação de Joelma e Chimbinha, da banda
Calypso, por exemplo.
Os autores explanam também sobre edição Apontam diferenças básicas entre o
papel do repórter e o editor. Descreve o cuidado que o jornalista deve ter na
hora de fazer uma reportagem do dia a dia e uma especial. Revelam que não se
deve abusar dos efeitos especiais gráficos, que servem para chamar atenção do
telespectador para um ou outro detalhe, sempre tendo o cuidado de não alterar a
veracidade das informações.
O
mito de que na ilha de edição acontecem mágicas é derrubado pelos autores. É
preciso uma visão geral do editor e repórter sobre material bruto, antes mesmo
de começar a escrever e definir o que irá entrar em cada parte, para levar o
telespectador acompanhar o conteúdo até o final. O detalhe para o tratamento de
edição de uma reportagem especial para uma matéria do dia a dia precisa ser
diferenciado, é preciso criar artes, vinhetas, uma linguagem visual atraente e
adequada ao conteúdo produzido.
A
TV trabalha com dois sentidos: a visão e audição. No que diz respeito ao áudio,
alguns cuidados são necessários, como por exemplo, usar offs com trilhas
brancas, ou seja, discretas. Por outro lado, músicas com letras são bem vindas
para dar um respiro às reportagens. O som ambiente e o background são de
extrema importância, pois ele dá vida a matéria, mas também pode atrapalhar a
atenção do telespectador.
Para
a produção de reportagens televisivas, os autores deixam claro que este tipo
informação não se faz com poucas cabeças pensando. Eles dizem que, para que
tudo ocorra bem, é preciso que a equipe trabalhe em harmonia para organizar a
história com começo, meio e fim. O trabalho pode ter várias áreas de produção e
fica mais fácil quando todas as cabeças pensantes, dentro de suas
especificidades e planejamento, estão envolvidas desde o princípio.
Quando
o assunto é denunciar, fazer uma matéria investigativa, o livro descreve como o
fascínio pelo jornalismo pode ser uma arma útil, pois essa tarefa envolve
inquietação, desvendar segredos, adrenalina, sussurros. Fazer uma reportagem
investigativa é tarefa arriscada, um serviço de inteligência, cruzamento de
dados e constatação dos fatos.
Os autores discutem que a sociedade perde em não entender por que tantos casos são denunciados sem que ocorra de fato uma condenação aos criminosos envolvidos neles. Ainda citam o caso da menina Isabella Nardoni que, por causa das especulações da mídia, o juiz de do caso, Maurício Fossen, decretou a prisão dos acusados. Mas alerta para os excessos, pois em matérias televisivas, o sensacionalismo e o exagero podem tomar proporções ainda maiores.
O livro ainda chama a atenção para os cuidados no fazer jornalístico. Isso
porque, às vezes, o profissional toma o lugar que pertence a outro poder: a
punição dos acusados. A consequência é a reclamação ou inquietação da sociedade
para os exageros de dossiês, escutas telefônicas, documentos sigilosos
apresentados pela imprensa que por muitas vezes, são baseadas em suposições do
que fatos concretos.
A
discussão chega nas perguntas: existe a possibilidade de fazer jornalismo
investigativo sem usar uma câmera escondida? Existe a opção de usar a câmera
escondida e viver na fronteira da lei?
A
justificativa de usar essas ferramentas e táticas são consideradas apropriadas
quando a informação é de interesse público e quando se é o único recurso para
se conseguir as informações necessárias para a reportagem. Mas até onde podemos
ir em uma matéria investigativa? A melhor resposta ainda continua sendo o bom
senso do repórter em saber seus limites éticos e avaliar seus riscos.
O
livro relata sobre um caso no qual uma senhora idosa, comerciante, vai até uma
delegacia de polícia para reportar o recebimento de uma nota de 50 reais falsa.
Ela relata o acontecido a um policial, que despreza o ocorrido, alegando que
caso tomasse as providências necessárias para investigar a situação, faria muito
trabalho para não dar em nada. A autoridade policial, ainda, orienta que a
senhora passe a nota adiante ou assuma o prejuízo.
O
autor resolve que essa era uma matéria em potencial, mas se depara com o
desafio de preparar um material para TV sem imagem da senhora, nem do policial.
Um conflito ético também passa pela cabeça do jornalista, que se pergunta se
tratava-se de um caso isolado, fruto de um momento de desleixo. Diante disso,
parte, no dia seguinte, rumo a algumas delegacias da cidade com uma nota falsa
e repete a mesma reclamação da senhorinha. A constatação: nas 10 delegacias
visitadas a resposta foi a mesma que a idosa recebera.
Utiliza-se
esse fato para ilustrar a importância do que ele chama de “repórter sem rosto”.
Propõe que o leitor imagine que a mesma apuração fosse feita por um profissional
que aparece na TV, aquele que empunha o microfone durante as reportagens. Ressalta-se
que a integridade física do repórter é mais importante que o trabalho, afinal
de contas, ele tem família o aguardando em casa.
A
seguir, exemplifica-se com outra reportagem, Cocaína na fronteira, vencedora do
Prêmio Embratel 2008. Ela conta os bastidores da realização da matéria, os
desafios encontrados numa cidade onde a marca é a ausência do poder público e a
presença do tráfico de drogas feito pelas Forças Revolucionárias da Colômbia,
as Farc. O texto da reportagem é integralmente publicado no livro.
Afirma-se
que se deve partir do seguinte princípio para se revelar a imagem de alguém
pego em flagrante, por meio de câmera escondida, no cometimento de um crime: se
a pessoa tiver consciência da irregularidade da ação ou se tratar de um diretor
ou gerente e tiver poder de decisão no esquema.
Ainda
acrescenta-se que é preciso avaliar, na hora de decidir mostrar ou não o rosto
dos envolvidos, aquilo que é permitido por lei, “e o que é menos arriscado, na
tentativa de diminuir as chances de um processo” (p. 105). Uma pessoa que foi
gravada sem que tivesse o conhecimento prévio disso pode entrar na justiça
contra o profissional que fez a gravação e contra o veículo.
Para
que um repórter possa levantar suas próprias pautas é imprescindível que tenha
boas fontes. Elas podem passar informações privilegiadas, documentos, dicas
etc. No entanto, há que se tomar cuidado com os dados obtidos por meio delas.
“Fonte não tem que ser honesta, tem é que ter informação” (p. 106). A
responsabilidade por informações inverídicas divulgadas em uma reportagem é do
jornalista, não da fonte. É dever do profissional checar tudo o que é passado e
identificar possíveis interesses escusos por trás das informações passadas.
O
jornalista bem preparado é aquele que reúne um bom conhecimento teórico e
experiência profissional. É aquele que reconhece a importância de se preparar
bem teoricamente, conhecer técnicas e acumular conhecimento e informações, mas
que não despreza a vivência prática.
Outro
aspecto fundamental para o sucesso de um trabalho jornalístico é a união do
vigor do jovem jornalista e a experiência e expertise de um profissional que
goza de longa trajetória. Uma traz a vivacidade, o desejo quase desenfreado de
fazer. O outro, a sabedoria, a esperteza e a ciência do que rende e do que não
rende, daquilo que vai dar certo e do que não adianta insistir.
Grandes
coberturas são aquelas que se caracterizam pela magnitude do acontecimento, ou
seja, pelo quanto os fatos que as envolvem impactam a vida das pessoas, e pelo
apelo junto ao público. Como exemplos, são citados a visita do Papa Bento XVI
ao Brasil, em 2007, e o sequestro das jovens Eloá e Nayara, em 2008, pelo
ex-namorado de Eloá, Lindemberg Faria, ocorrido na Grande São Paulo.
Sobre
o caso acontecido em São Paulo, o texto trata da questão ética que envolve a
atuação da imprensa. O modo como a maioria das emissoras de TV abordou o
sequestro foi posto em voga pelos autores. Destacou-se a postura da Rede TV!,
por meio do programa “A Tarde é Sua”, que entrevistou o sequestrador ao vivo,
desprezando a orientação da polícia militar de São Paulo de não fazer entradas
ao vivo.
Acerca
da visita do Papa, abordou-se sobre o modo como se daria a abordagem da visita.
No caso do SBT, havia a preocupação de se levar em consideração o contexto
social e religioso da época e o que estava por trás da visita. A igreja
Católica vivia mudanças (como a instituição de mais diáconos nas comunidades,
em vez de padres), sofria com a perda de fiéis, que rumavam às igrejas
evangélicas e com escândalos de pedofilia.
A
televisão lança mão de dois sentidos humanos para a emissão do seu conteúdo: a
visão e a audição. Por meio deles, o jornalismo televisivo está comprometido em
passa informações com clareza e credibilidade. E os sentidos desempenham papel
fundamental para que o jornalismo de TV cumpra a sua função de informar
corretamente.
Os
profissionais que trabalham nesse veículo devem se preocupar com o modo como
utilizam a voz, um de seus principais recursos. Outrora, no início da TV no
Brasil, que desenvolveu-se sob os moldes do rádio, os profissionais utilizavam
a voz empostada, quase interpretada.
Atualmente,
com os avanços na tecnologia e as mudanças sociais, vivemos um tempo onde os
jornalistas de televisão adotam um tom informal, próximo, coloquial.
Assemelha-se a uma conversa. No Jornal
Nacional, da TV Globo, o editor-chefe e apresentador William Bonner não
raramente chama a apresentadora da previsão do tempo, Maria Júlia Coutinho, por
um apelido carinhoso: Maju.
“A
voz é a nossa primeira forma de comunicação” (p. 128). Aqui, os autores dão
dicas de como cuidar da voz e preservar uma das principais ferramentas de
trabalho do telejornalista. Eis algumas delas:
-
Hidrate-se. Beba muita água;
- Não fume;
-
Procure não ingerir bebidas alcoólicas;
-
Evite hábitos nocivos à voz, como falar ou rir alto, pigarrear, tossir ou
gritar constantemente;
-
Não sussurre;
- Evite ambientes com ar condicionado;
- Evite ambientes com ar condicionado;
Entre
outros.
O
aquecimento vocal é vital para driblar dificuldades vocais. Há exercícios que
podem ajudar a se expressar melhor. Exercícios de articulação ajudam a falar
com mais clareza, de modo a ser melhor compreendido quando se fala. São
exercícios para “destravar” a articulação.
O
sotaque é a marca de determinada região geográfica ou social. Se ele prejudicar
a atuação do profissional, existem exercícios que podem ajudar a suavizá-los.
São fundamentais para alterar o sentido do texto. São eles: modulação da voz, a
ênfase, a pausa, a velocidade da fala e os gestos. Quando usados e combinados
corretamente, contribuem para dar sentido ao texto jornalístico.
Serviço
Reportagem na TV: como fazer, como produzir, como editar
Autores: Alexandre Carvalho, Fábio Diamante, Sérgio Utsch e Thiago Bruniera
Editora Contexto
Disponível pelo menor preço na loja virtual do Extra Hipermercados, por R$ 23,92: http://goo.gl/woZOpD
Muito bem mandado!
ResponderExcluirGostei da indicação de lugar e preço pra comprar. Risos.
ResponderExcluirBom dia preciso da vossa ajuda como faço para propor a minha situação corrente é muito urgente que vos peço ajuda.o meu n.tm.e 925794002 sou uma pessoa muito doente .Com a maxima atenção aguardo resposta os meus agradecimentos .Ana paula jacinto mendes.
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