sexta-feira, 17 de junho de 2016

Resenha Crítica - Minha Razão de Viver: memórias de um repórter



Por Roberta Gregório


Dotado do que muitos poderiam chamar de “sorte”, Samuel Wainer era o homem que, em toda sua trajetória de vida esteve “no lugar certo, com as pessoas certas e na hora certa”. Amigo de três presidentes (Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart), Wainer conseguiu as maiores façanhas de um jornalista, além dos melhores furos de reportagem. 

Nascido de família bessarabiana, Samuel veio ao Brasil quando tinha apenas dois anos de idade e viveu no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Se dizia um brasileiro nato e, de fato, pode-se dizer que nunca existiu um homem que amasse tanto o Brasil quanto Samuel. 

Chamado por Getúlio Vargas de “Profeta”, Samuel parecia mesmo dotado de uma sensibilidade fora do comum. Ele foi dono de um dos jornais mais conceituados e famosos do país, o “Última Hora” e muitas de suas melhores matérias foram obras de um faro jornalístico incomum, advindo de várias doses de uma sorte que o acompanharia até 21 de abril de 1972.

Um dos aspectos mais interessantes de “Minha Razão de Viver” é que a realidade vivida por Samuel Wainer não difere muito da que vivenciamos hoje. Em uma época onde o interesse de grandes políticos se vê estampado nas matérias de grandes jornais que detém a maior influência na opinião do povo, o livro é quase uma explicação para o presente. 

A autobiografia de Wainer, sem sombra de dúvida, pode ser considerada a sua última grande obra, que viverá para além do tempo. Remontando o passado para nos mostrar que o presente não anda de forma muito diferente. Como dizia George Santayana “Os que não conhecem a história estão condenados a repeti-la”.

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