Por Roberta Gregório
Dotado
do que muitos poderiam chamar de “sorte”, Samuel Wainer era o homem que, em
toda sua trajetória de vida esteve “no lugar certo, com as pessoas certas e na
hora certa”. Amigo de três presidentes (Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e
João Goulart), Wainer conseguiu as maiores façanhas de um jornalista, além dos
melhores furos de reportagem.
Nascido
de família bessarabiana, Samuel veio ao Brasil quando tinha apenas dois anos de
idade e viveu no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Se dizia um brasileiro
nato e, de fato, pode-se dizer que nunca existiu um homem que amasse tanto o
Brasil quanto Samuel.
Chamado
por Getúlio Vargas de “Profeta”, Samuel parecia mesmo
dotado de uma sensibilidade fora do comum. Ele foi dono de um dos jornais
mais conceituados e famosos do país, o “Última Hora” e muitas de suas melhores matérias
foram obras de um faro jornalístico incomum, advindo de várias doses de uma
sorte que o acompanharia até 21 de abril de 1972.
Um dos
aspectos mais interessantes de “Minha Razão de Viver” é que a realidade vivida
por Samuel Wainer não difere muito da que vivenciamos hoje. Em uma época onde
o interesse de grandes políticos se vê estampado nas matérias de grandes
jornais que detém a maior influência na opinião do povo, o livro é quase uma
explicação para o presente.
A
autobiografia de Wainer, sem sombra de dúvida, pode ser considerada a sua
última grande obra, que viverá para além do tempo. Remontando o passado para
nos mostrar que o presente não anda de forma muito diferente. Como dizia George
Santayana “Os que não conhecem a história estão condenados a repeti-la”.
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