Resenha:
Livro “Minha Razão de Viver: Memórias de
um Repórter”
Por:
Rúbia Costa/ RA: 11224226
O
menino judeu, nascido em Bessarábia, uma das repúblicas da ex-União Soviética,
deixou o país de origem por uma perseguição ao povo judaico, para escrever sua
história nas páginas dos jornais do Brasil. O livro “Minha Razão de Viver: Memórias de um Repórter” (Rio de Janeiro:
Record,1988) traz autobiografia do jornalista Samuel Wainer.
A obra
organizada pelo também jornalista Augusto Nunes, guia os leitores pelas
memórias de Wainer, que foram gravadas em fitas transcritas décadas depois,
pela filha Pinky Wainer. Suas lembranças vão de momentos decisivos na história
internacional e, principalmente, nacional. Samuel descreve ocasiões vividas
desde a partilha da Palestina, em 1948, acompanhando o trabalho de colegas de
profissão que faziam a cobertura do acontecimento, pelos Diários Associados,
até o suicídio do então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, em agosto de
1954.
Vargas
e Wainer tornaram-se amigos, durante o segundo governo dele, nos anos 50. Essa
amizade proporcionou a Samuel conhecer o jogo político por trás da
cortina. Ainda neste período, foi
fundado por ele o jornal “Última Hora”, que teve papel fundamental nos momentos
que antecederam o suicídio de Getúlio Vargas, até após a morte dele, com gritos e manifestações
populares pelo presidente, em frente ao prédio do noticioso.
Os
desdobramentos do poder e relações políticas da época, são convergentes em
alguns pontos com o cenário político de hoje: Getúlio Vargas e Dilma Rousseff
governaram para o povo. Os dois buscaram políticas que trouxessem melhores
condições de vida para classes mais pobres. A petista seguiu com os programas “Minha
Casa, minha vida”, “Prouni”, “Fies”, ”Bolsa Família”, frutos do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva. O populista Vargas deu início a modernização do país,
provocando êxodo rural e emergindo o operariado. Essas medidas não agradaram a elite
brasileira nos dois períodos.
Também
como governo de Getúlio passou por crise e cobranças, no segundo mandato de
Dilma esses fatores estiveram presentes. Nos anos 50, durante o segundo governo de
Vargas, a classe operária cobrou melhores salários e direitos sociais, fazendo
greves e manifestações pelo país. A petista passou pela cobrança da população,
em decorrência do aumento do desemprego e agravo da crise econômica.
As
pressões das relações políticas e influência da notícia no jogo do poder foi
vivenciada pelos dois, nos seguintes aspectos: o jornalista Carlos Lacerda acusava
Getúlio de corrupção, publicando notícias falsas sobre ele. Assim como, a
revista Veja que em várias ocasiões veiculou capas e manchetes desmoralizando a
gestão de Dilma. A perda de apoio no congresso e a troca de lado dos vice-presidentes,
Café Filho e o atual presidente em exercício, Michel Temer.
Em
Minha Razão de Viver, é possível enxergar o interesse político em busca do
poder. A influência das notícias na construção da verdade para cada cidadão e
como os personagens da história são tão similares e simbióticos.
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