segunda-feira, 13 de junho de 2016



Jornalismo Literário - Felipe Pena

Grupo:  Danilo Silveira, Igor Lucas, Karla Cristina, Mirianne Torres,
 Rafaela Gouvêa, Vanessa Alves   

CAPÍTULO I 

                                               Mirianne Torres             
                                                                                       
Conclusão Conclusiva

O livro começa com a fábula dos cotovelos; No conto um jornalista vai fazer uma matéria sobre a diferença entre os ambientes do céu e o inferno. Indo aos dois locais ele percebe uma exata semelhança entre os locais e a forma como as pessoas são tratadas e belas em ambos os locais, inclusive uma peculiaridade; nos dois ambientes os moradores têm os cotovelos virados.
E por isso, o jornalista pensou que em ambos ambientes as pessoas passassem fome, por não conseguirem se alimentar por terem em comum àquela deficiência. Mas, ao contrário dos moradores do inferno, os do céu tinham a solidariedade de alimentar uns aos outros e assim não passavam fome.
Na história o autor da obra, Felipe Penna, atenta para a cegueira ética na humanidade, que está muito além da solidariedade e fraternidade que é observada na maioria das vezes como a moral da história.

Além da redação: A estrela de sete pontas

O autor acusa os profissionais da notícia de “prisioneiros das lógicas”, para ele jornalistas sérios buscam alternativas uma delas é o Jornalismo Literário.  Não se trata de uma fuga do limbo do jornalismo comercial, mas sim, uma forma de exercer a literatura no jornalismo com textos com conteúdos mais interessantes, mais profundos e complexos. Esses critérios são chamados de Estrela de sete pontas.

·         Primeira: é potencializar os recursos jornalístico - Isso não significa disser que o autor deixou de lado o jornalismo diário, apenas preserva  alguns critérios e hábitos que juga ser fundamental para o exercício da profissão como uma apuração rigorosa e abordagem ética e a clareza no que está sendo contado.

·         Segunda: rompimento com a periodicidade e a atualidade - Nada de deadline. O importante é proporcionar uma visão mais ampla dos fatos.

·         Terceira: Contextualizar a informação de forma mais abrangente – Está intricadamente ligada à segunda ponta da estrela. Nesse contexto é fundamental é necessário que haja um árduo processo de apuração para adequar local, tempo e espaço dessa informação.
·         Quarta: Exercitar a cidadania – Nunca esquecer o dever e compromisso que essa profissão tem com a sociedade.

·         Quinta: Romper com o lead - Embasado pela teoria do sociólogo Gaye Tuchman; o rompimento com o lead tira do jornalista a obrigação de ser objetivo e o propõe um desafio de experimentar uma nova forma ou uma forma diferente do patrão.

·         Sexta: Evitar os definidores primários: Evitar ao máximo fontes oficiais. O jornalismo Literário busca personagem e histórias que fogem do círculo vicioso de fontes oficiais, ele busca histórias de pessoas ou coisas comuns que de tão comum são diferentes.
·         Sétima: Perinidade - Uma obra de jornalismo literário tem que ter profundidade, tem que permitir ao leitor pensar, refletir sobre aquela história, tem que ser uma construção sistêmica do enredo, tem que ser uma teia de complexidade e indeterminação.

O autor defende que quem escreve quer ser lido, quer ser lembrado por sua obra perdure por toda a eternidade assim, como uma música favorita das pessoas têm lembram-se da melodia, da letra, da banda, da época e até mesmo de uma pessoa querida. Esse mesmo sentimento e lembranças têm que acontecer com o livro seja o enredo, cenário, narrativas verbais com a mesma precisão de uma música.

Divisão de gêneros: A missão possível
A necessidade de classificar as coisas vez com que o ser humano criasse o gênero. Isso porque temos a necessidade de ter o controle de todas as coisas. Entretanto, não há uma forma mais eficiente de estudarmos as coisas se não por esse método. Penna defende a seguinte ideia sobre textos, literária ou não:
[...] o objetivo fundamental da divisão de gênero é fornecer um mapa para análise de estratégias do discurso, tipologia, função, utilidades e outras categorias. Ou seja, propor uma classificação a priori com base em critérios a priori. (PENA, 2013, p.19)

A definição foi se modificando ao longo do tempo. Primeiro com Patão que propôs uma divisão baseando-se entre a literatura e realidade.  Essa divisão se dividiu em três partes: discurso em mimético, expositivo ou misto.  Penna afirma que foi nessa área que o gênero ganhou consistência. Por seu agrupamento de obras conversões estratégico ou normatização das relações entre leitor e autor.

 A primeira tentativa de classificação no jornalismo foi feita por Samuel Buskeley quando tentou separar as notícias de comentários no jornal Daily Courant. Mas para que de fato essa mudança fosse efetivada pelos jornais demorou quase duzentos anos e até nos dias atuais tem resistência de alguns editoriais.

Desde 1959, a Universidade de Navarro, Espanha, a investigar a sistematização os estudos dos gêneros jornalísticos. No Brasil, Luiz Beltrão e o professor José Marques de Mello criaram alguns critérios:

A-    Finalização do texto;
B-    Estilo;
C-    Modo de escrita;
D-    Natura do tema;
E-     Articulação interculturais (Cultura);
Marques de Mello levou em conta a geografia, o contexto sociopolítico, os modos de produção e as correntes de pensamento. Mesmo assim a literatura era o exemplo mais exato sobre gênero. Ela varia os gêneros líricos, épicos, dramáticos, por exemplo.

No séc. XVIII, o modelo triplo não fazia mais tanto sentido assim e começou a ser questionado. Foi dessa forma que milhares de classificação caíram por terra e outras tantas surgiram.

No séc. XIX, o escritor Victor Hugo foi um grande crítico do modelo grego. E muito se deve a obra: Cromvell.  E a partir dai surgiu um gênero dominante: romances. Que foram sendo customizados e adequados ao longo do tempo. A partir do séc. XX elas passaram a ser reconhecida pela linguagem e não mais pelo texto. Por isso os teóricos formalistas russos consideraram o romance no âmbito da diversidade, pois mudava constantemente impossibilitando uma análise, já que variava do mais simples ao mais complexo seus enunciados.

 Mickhail Bashting foi responsável por deixa os estudos para a condição discursiva, rebatizado de gênero discursivo sendo dividido por sua função seja ela técnica, cientifica, cotidiana, etc. Tzvertan Todorov definiu por níveis essenciais: Semântica, sintática, pragmático e verbal.
 Diante de tudo que foi apresentado a definição e defesa param se estabelecer o jornalismo literário é: ao longo da história muitos tentaram juntar e defini-lo como gênero, mas com tantas mudanças ao longo do tempo fica impossível estabelecer uma definição. Por isso é proposto uma aproximação conceitual, apontando subdivisão de acordo com o momento histórico.

Jornalismo literário tem vários significados, mas os dois mais latentes foram criados na Espanha. Periodismo de creacícon: texto literário, apenas veiculado em jornais. Periodismo informativo de creacíon: informação e estratégia narrativa.

No Brasil o jornalismo literário também tem é classificada de varias formas. No séc. XX alguns escritores é uma face da história do jornalismo, onde se editar, cronistas, articuladores e autores de folhetins. Para outras a referencia que se tem é de critica literária veiculadas a jornais. Já em 1960 reconhece o movimento New Journalism incluído biografias, romances-reportagem e ficções-jornalísticas.

Penna define o jornalismo literário: “[...] acredito que o conceito está fundamentalmente ligado a uma questão linguística. Como diria Nietzsche, a linguagem é inseparável do pensamento, cuja a natureza é restritamente retórica.” (PENNA, 2013, p.19)
Por isso a definição como música o autor define como uma transformação expressiva e informacional, pois é o que as duas manifestações culturais em comum.


CAPÍTULO II
Mirianne Torres
A literatura na história do Jornalismo

O desenvolvimento do jornalismo e da literatura de folhetim

Novamente o autor usa como contextualização do paragrafo uma história, onde o pai tenta explicar para o filho ensinamentos bíblicos, mas o garoto não consegue ter uma compressão do que o pai está a narrar. Por isso, o pai pede a um viajante que conte novamente a história. É o que o viajante faz, mas dessa vez ele não conta de forma mecânica, ele contextualiza com nomes, fatos históricos e datas permitindo assim uma melhor compreensão do garoto.
O jornalismo tem o mesmo papel do viajante. Ele contextualiza as situações de outras áreas e explica para aquelas pessoas que não conhece ou sabe pouco sobre assuntos diversos. Penna define:

Para mim, a natureza do Jornalismo está no medo. O medo do desconhecimento, que leva o homem a querer exatamente o contrário, ou seja, conhecer. E, assim, ele acredita que pode administrar sua vida de forma mais estável e coerente, sentindo-se um pouco mais seguro para enfrentar o cotidiano aterrorizante de seu meio ambiente. (PENA, 2013, p.25)

Penna cita César Aguillera Castilho que defende que a comunicação começou antes de mesmo dos homo sapiens com a fala. Se baseando nos estudos do Pesquisador Carleton S. Coon que estabelece uma evolução física e mental para que o ser humano pudesse ter esse salto comunicativo. Mas isso não descarta a linguagem verbal, que é fundamental para que a não verbal aconteça, pois precisamos delas para entender os gestos e olhares que temos e encontramo-nos outros para decifra-los.
Bill Kovach e Tom Rosenstiel, assim como a democracia ateniense defendem que os relatos orais, que de são a primeira grande mídia da humanidade, possa se considerados pré-jornalismo, pois quanto mais democrática uma sociedade maior é a tendência de se consumir informação.

Burke exalta outros tipos de comunicação oral eficazes no séc. XVI: púlpitos das igrejas, acadêmico, canto, boato, nas tabernas, banhos públicos, clubes, cafés e bares são exemplos disso. Além da já existente escrita que circulava em jornais, o advento do jornalismo moderno para época que necessitava da oralidade para lidar com as fontes. E, mais tarde para lidando com as novas tecnologias: o rádio e TV.

As transformações do espaço público foram divididas cronologicamente. Bernard Miége, por exemplo, define: o jornalismo de opinião, impressa comercial, mídia de massa e comunicação generalizada. Já Ciro Marcondes Filho define os períodos: pré-jornalismo (1631-1789); Primeiro Jornalismo (1789-1930); Segundo Jornalismo (1930-1900), Terceiro Jornalismo (1900-1960); Quarto Jornalismo (1960 a diante).

O primeiro (conteúdo literário e politico; texto critica; produção artesanal semelhante a um livro, economia do jornal não estabelecida) e o segundo (profissionalização do jornalismo; criação de reportagens e manchetes, início da publicidade, economicamente estável), ocorreu no séc. XVIII e séc. XIX. Por isso, uma relação próxima com a literatura, principalmente na linguagem e conteúdo de alguns jornais.

Feuilleton no primeiro momento foi considerada uma critica a literatura e assuntos diversos, mas a partir das décadas de 1830 1840 passou a ser reconhecida por um jornalismo popular, algo romântico. E foi por meio isso que se deu a lógica mercadológica.
Os folhetins passaram a ser reconhecido como herdeiros do romance realista ou algo que se assemelha a esses preceitos. Apesar do realismo não ser considerado um gênero, pois sua maior preocupação era mais parecida com o jornalismo.

Mesmo assim, algumas características mantinham-se na mesma estrutura de folhetins: Como a linguagem fácil, permitindo uma maior compreensão entre os leitores. E para manter a fidelidade e vendagem dos folhetins no final de cada capítulo havia sempre um fato marcante que não se resolvia para que no próximo dia garantisse a vendagem de novos exemplares para saber o fim da história.
Isso permitia que o público se envolvesse com a história de tal forma que já nessa época eles decidiam o final de cada personagem, para isso o público enviava cartas para os jornais dando opiniões.

Grandes obras surgiram nessa época grandes obras que ficaram eternizadas como: La Presse, Os miseráveis, Os três mosqueteiros, entre outros. Países como Inglaterra, Portugal e Rússia também se destacaram por ter grandes escritores produzindo esses folhetins.
No Brasil o seu maior expoente foi Machado de Assis, mas também José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida, Manuel de Macedo, Raul Pompeia, Aloisio de Azevedo, Euclides da Cunha e Visconde de Taunay.

Os folhetins democratizou a cultura com o número crescente de exemplares vendidos e o acesso à literatura. Grandes críticos da comunicação em massa reconheceram o valor social dessa vertente literária que permitia pessoas de diferentes classes sociais, diferentes culturas a terem acesso ao mesmo conteúdo.
Alguns autores e obras
Aqui estão alguns nomes e obras importantes para a literatura mundial:

·         Honoré de Balzac-Obras: A comédia humana; A mulher de trinta anos; Eugénia Grandet; O pai Goriot; As ilusões perdidas.
·         Victor Hugo- Obras: Napoleão, o pequeno; Os castigos; As contemplações; A lenda dos séculos; Os miseráveis; O ano terrível; Noventa e três; Atos e palavras.
·         Charles Dickens: Obras: Oliver Twist; Barnady Rudge, Loja de antiguidades; Nicholas Nickelby; Notas americanas; Martin Chuzzlewit; Contos de Natal; Assim são Dombey e filho; A casa sombria; Tempos difíceis.
·         Machado de Assis-Obra: Memórias póstumas de Brás Cuba; Dom Casmurro; Ressurreição; A mão e a luva; Helena; Iaiá Garcia; Quincas Borba; Esaú e Jacó; Memória de aires.
·         José de Alencar: A viuvinha; O Guarani;  Lucíola; Iracema.

CAPÍTULO III
Karla Cristina 
A Crítica a literatura 

Conforme o autor fazer uma crítica não é tão simples como parece, é muito mais complexo, pois envolve juízo de valores, moral, contexto e outras partes difíceis de avaliar.
Felipe Pena fala que a atividade que o crítico exerce influencia a sociedade e a própria construção das obras literárias. Mas deixa bem claro que em alguns casos sua opinião pode ser ignorada, pelo fato de um determinado público não concordar, cujo gosto pode entrar em conflito com as opiniões apresentadas.

Ele ainda relata que os críticos acabam seguindo um parâmetro produzido pelos críticos avalizados. “Eles acabam determinando o que será classificado como cânone, ou seja, uma obra que permanecerá na história cultural”.  Ele ainda nos mostra dois tipos de se identificar uma crítica literária.

1.      São as críticas produzidas nas universidades por professores, intelectuais e estudantes de mestrados doutorados e, letras. E em áreas afins, como  psicologia, comunicação, história, antropologia e ciências sociais.

2.      São as publicações diárias em jornais, revistas e demais publicações midiáticas.

Esses tipos de criticas podem ser feitos tanto por jornalistas ou por integrantes de universidade, mas também não esta descartada a possibilidade de ser exercida por profissionais com visibilidade na opinião pública. Temos como exemplo o cantor e compositor Chico Buarque que ganhou o prêmio Jabuti, e o ex-presidente José Sarney que teve obras publicadas em diversos países.

Nas universidades a critica acaba se voltando mais para o ensaio do que propriamente para o juízo de valor. “Há uma tendência em valorizar a interpretação, pois os próprios estudantes ficam limitados pelas normas acadêmicas, que recomendam evitar os adjetivos e aplicar uma metodologia supostamente cientifica”. Relata Pena ao se referir à forma de fazer crítica dos universitários.

No século passado para se fazer critica, os critérios eram bem rigorosos, e de fato se fazia um juízo de valores. Mas na atualidade as resenhas que não julgam, mas apenas analisam as obras e exaltam sua qualidade é o que está prevalecendo. E para um critico fazer critica é nada mais nada menos que apreciar e admirar a obra, e buscar o verdadeiro sentido da existência da obra e mostrar as qualidades e os defeitos existentes nela.

 O autor mostra três componentes básicos da critica, análise, interpretação e julgamento. A análise se refere ao método utilizado para apreciar uma obra, são os instrumentos para identificar suas qualidades e seus problemas. A interpretação utiliza o instrumento para atribuir significado à obra.  Já o julgamento segundo Fábio Lucas ainda não é a critica, apenas a explicação. O julgamento tem o papel de valorização e orientação à opinião do público referente à obra.

Os Cadernos Literários na imprensa

Felipe Pena relata que na década de 1950, as transformações estilísticas e gráficas dos jornais, a mudança já está consolidada. A objetividade e a concisão substituem as belas narrativas. A preocupação com a novidade e os fait divers assume a função principal na pauta. A literatura é apenas um suplemento. Hoje quem escreve nos suplementos nem sempre tem a formação adequada para opinar. E mesmo os que têm, podem acabar expondo seus próprios preconceitos e estereótipos.

Nas revistas especializadas há uma proximidade maior com a critica acadêmica, mas elas não podem ser consideradas suplementos. Mesmo em países de maior tradição literária a lógica jornalística acaba prevalecendo, embora determinadas publicações ainda consigam chegar perto do tão esperado equilíbrio.

É Importante, registrar que a colaboração nos suplementos literários também é sintoma de prestigio e reconhecimento intelectual. Ter um nome vinculado nas páginas dos jornais legitima tanto os autores quantos os críticos, abrindo espaço não só nas principais editoras, mas até mesmo em outras carreiras, como a politica ou o próprio jornalismo.


CAPÍTULO IV
Rafaela Gouvêa
O novo jornalismo

No capítulo IV, o autor começa explicar o conceito de Novo Jornalismo, falando um pouco de Wolfe, que foi o fundador do jornalismo literário, mas, antes dele, existiram alguns escritores que anteciparam o gênero, John Hersey, era um deles.

Mas, conforme o autor, o que vai proporcionar o advento do Novo Jornalismo contemporâneo na década de 1960, nos EUA, é a insatisfação de muitos jornalistas com as regras de objetividade do texto jornalístico, onde há uma prisão narrativa que recomenda iniciar a matéria respondendo as perguntas básicas do leitor. Então, Wolf percebeu essa insatisfação e começa a atacar os defensores da  “cientificidade” dos jornais.

O autor usa as palavras de Wolf para explicar a ideia básica do Novo Jornalismo. A ideia é evitar o aborrecido tom bege pálido dos relatórios que caracteriza a tal “imprensa objetiva”, Em sua visão,os repórteres devem ser mais subjetivo,. A personalidade não pode ser apagada, sendo escravos do manual de redação. O texto deve ter o valor estético, utilizando-se sempre das técnicas literárias.
É utilizado pelo autor os recursos básicos de Wolf do Novo Jornalismo  Reconstruir a história cena a cena, registrar diálogos completos, apresentar as cenas pelos pontos de vista de diferentes personagens, registrar hábitos, roupas, gestos e outras características simbólicas do personagem. O repórter deve ser engajado, entrevistando com exaustão, até conseguir tirar tudo que puder do personagem, com o máximo de profundidade possível.

No capitulo, também é abordado o Jornalismo Literário em geral. O Jornalismo Gonzo é citado como uma versão mais radical do Novo Jornalismo. O autor conta que ele foi criado e popularizado por Hunter Thompson, era repórter da revista Rolling Stone. Hunter se envolvia totalmente com o que estava descrevendo, sem medir as consequências. E junto com as suas ações exacerbadas com o entrevistado, vinha uma sucessão de drogas.

Conforme o autor, o Jornalismo Gonzo é um envolvimento profundo e pessoal do autor no processo da elaboração da matéria. O autor é o próprio personagem, toda a narrativa é a partir da visão do jornalista. As características do Jornalismo Gonzo também são: irreverência, sarcasmo, exageros e opinião.   

Pena relata, também,  o conceito de Novo Jornalismo Novo, que explora as situações do cotidiano, o mundo ordinário, as subculturas. O objetivo é assumir um perfil ativista, que questiona valores e propõe soluções. Segundo o autor, o novo jornalista novo, se envolve demais com sua matéria e seus entrevistados. Também é característica do movimento é o tom informal, declaratório, quase sem preocupações com a elegância estilística, explora a linguagem das ruas. Mais do que jornalistas, eles são ativistas.

No decorrer do capítulo o autor fala de vários escritores estrangeiros, como Tom Wolfe, Truman Capote, John Hersey, Gay Talese e Hunter Thompson. No final, o autor fala de dois escritores brasileiros, Norman Mailet e Joel Silveira.

Ele conta sobre algumas obras desses escritores e relata que Mailer disseminou uma nova forma de Jornalismo, que combinava fatos atuais e alfinetadas de abordagem política, com uma linguagem utilizada em romance.

O escritor Silveira, mandado por Assis Chateaubriand, escreveu uma matéria no Diário da Noite, o “trabalho sujo” era falar do casamento da filha do Conde Chiquinho, que os colunistas chamaram de “a festa do século” em contraposição do casamento  de Nadir e José, que eram operários. Silveira usou toda acidez e malicia. O seu livro, A Milésima segunda noite da avenida paulista, foi fruto dessa matéria.

                                             CAPÍTULO V
Danilo Silveira

                                              A biografia


Segundo Pena (2013), a biografia é um dos subgêneros mais vendido no mundo. De acordo com o autor, esta narrativa é uma mistura de Jornalismo, Literatura e História, que é parte do Jornalismo Literário, por ser a narrativa de um determinado personagem, qual é o fio condutor da história. “Os acontecimentos, por mais importantes que sejam, são apenas satélites. Tudo gira em torno da história de uma vida” (PENA, 2013, p. 70).

Pena (2013) acredita ser um problema, nos últimos anos, a maior parte das biografias serem escritas por jornalistas. “Cada vez mais, os profissionais da imprensa enveredam pelo Jornalismo não cotidiano, buscando narrativas de fôlego em que reconstroem personalidades e identidades” (PENA, 2013, p. 71).

O autor afirma que o jornalista é um fingidor, por usar do seu “referencial epistemológico”, “espremido pelos deadlines” o sem formação adequada para conduzir a construção da narrativa bibliográfica.

“Não acredito, conforme defende a lógica jornalística, que seja possível construir histórias e identidades com coerência e estabilidade num época em que a realidade se apresenta em formas múltiplas e desconexas, deixando clara a sua complexidade. Não acredito que seja possível escrever biografias como relatos cronológicos de acontecimentos com significado e direção. Não acredito que seja possível ignorar que os atuais espaços de produção, circulação e recepção desses textos estejam inseridos numa teia de conexões permeado por conceitos como indeterminação, caos, complementaridade e tolerância às ambiguidades” (PENA, 2013, p. 71).

Para Pena (2013), o relato bibliográfico tenta reordenar a vida de forma cronológica, porque, segundo o autor, tem a ilusão de formarem uma narrativa autônoma estável – com princípio, meio e fim. O escritor acredita que atribuições dispersas a fases da vida resultam em sucesso. “Associar a vida a um caminho ou estrada facilita a compreensão, facilita a narração, facilita a venda” (PENA, 2013, p. 73).

Outro problema que o autor encontra nas bibliografias é como mensurar a extensão da memória. “Será que o tempo é de fato um objeto mensurável” (PENA, 2013, p. 77).
Sobre os biografados, Pena (2013) acredita que o leitor não está satisfeito apenas na vida de uma celebridade, conhecer sua intimidade ou idealizá-lo como herói. Para o autor, o leitor quer ser espectador e personagem ao mesmo tempo. “Não é mais e nem menos autêntico. É apenas um espaço de participação” (PENA, 2013, 80).


A ideia de “biografia sem fim”, desenvolvida por Pena (2013), submete-se a organizar a biografia por capítulos nominais que reflitam as muitas identidades de um personagem (que tenham vida própria), com histórias sem ordem cronológicas e que ajudem a montar, por notas de rodapé com suas fontes, a história. “O leitor é coautor e o biógrafo apenas um mediador, aquele responsável pela reconstrução das histórias dos outros” (PENA, 2013, p. 91).


                                                                     CAPÍTULO VI
Vanessa Alves 
                                                                   O romance reportagem


O autor inicia o capítulo com uma ilustração do que ele chama de romance-reportagem. Ele explica que embora esse tipo de escrita tenha características de romance é necessário entender que isso não significa conteúdo ficcional, ou seja, um romance-reportagem se baseia em fatos reais e autor não inventa nenhuma parte da história. Pena (2008) salienta a importância da ligação com a realidade factual nesse tipo de narrativa. O uso de estratégias ficcionais e adereços literários caracterizam essa forma de escrita e lhe conferem a ideia de romance, mas é a sua ligação sempre de proximidade com o fato que irá estabelecer o conceito de reportagem.

Entre os exemplos que o autor cita de romance- reportagens estão os livros Lúcio Flávio, o passageiro da agonia, de José Louzeiro e Corações sujos, de Fernando Morais. Pena (2008) ressalta o trabalho de pesquisa minuciosa feito pelos autores para a escrita dos livros e, por isso, o seu extremo compromisso com a realidade dos fatos. O autor fala ainda sobre a abordagem objetiva do tema por meio de ângulos subjetivos, reafirmando a natureza de romance-reportagem pretendida pelos autores.

Felipe Pena busca amparo na em Rildo Cosson para explicar ainda mais detalhadamente esse modelo de escrita. Cosson, segundo Pena (2008), estabeleceu que o romance-reportagem está entre os gêneros discursivos jornalístico e literário, por isso, ele surge como um gênero autônomo que faz uso das propriedades dos dois anteriores em sua composição. O autor ainda fala da dificuldade de classificar o romance-reportagem por não ser possível separar as construções ficcionais das narrativas dos fatos, mas salienta a necessidade de continuar a busca por entender esse modelo de escrita.

Em seguida Pena (2008) cita o papel da censura no surgimento do romance-reportagem, dando como exemplo o período da ditadura militar vivida no Brasil. Ele afirma, trazendo a ideia defendida pelo crítico Silviano Santiago, que a censura não pode ser tomada como a explicação do surgimento do romance-reportagem. O momento de repressão que o país viveu durante o regime militar foi apenas um período de identificação de uma tendência, segundo Santiago. Pena (2008) destaca que não há como distinguir o romance-reportagem e uma possível vertente que seria o livro-reportagem, segundo o autor em ambos os casos não é possível estabelecer um padrão de uso ou não uso da ficção.

Pena (2008) volta a falar sobre a dificuldade de classificar os elementos presentes no Jornalismo Literário, fazendo uma distinção entre este e o que ele chama de Jornalismo Literário Avançado. Em ambos os casos se utiliza aspectos da literatura e um aprofundamento da reportagem, no Avançado ainda podem ser associados aspectos de outras áreas como a Psicologia Humanista, a Física Quântica, a Teoria Gaia ou a Teoria Geral de Sistemas, todos esses conceitos defendidos pelo crítico Edvaldo Pereira Lima.

Nesse ponto, Pena (2008), fala sobre quatro conceitos. A Jornada do Herói, uma estrutura narrativa organizada numa combinação de estudos mitológicos e psicologia. A Escrita Total, método de produção de textos criativos. A Narrativa de Transformação, uma proposta de utilização proativa do Jornalismo Literário, do Jornalismo Literário Avançado e da Literatura da Realidade. E por fim a Literatura de Realidade, que o sinônimo de Jornalismo Literário e Literatura de Não Ficção.

O autor termina o capítulo citando dois exemplos desse estilo de narrativa, que ele categoriza como um dos mais difíceis de realizar, que o romance-reportagem sobre a guerra. Pena (2008) fala do livro Os sertões, de Euclides da Cunha e Dez dias que abalaram o mundo, do autor norte-americano John Reed. Os dois livros são modelos de romance-reportagens feitos durante a guerra e indicados pelo autor para a compreensão desse tipo de trabalho noticioso.


CAPÍTULO VII
Igor Lucas Guilherme

       A ficção jornalística

A ficção jornalística usa a realidade como suporte, porém não tem compromisso com ela. Já o romance reportagem busca retratar fielmente os acontecimentos. De toda forma, a partir desses dois estilos, uma outra realidade surge.Por meio das linguagens, cultura, política e sociedade, a realidade é construída. “Estamos sempre construindo o cotidiano, inserindo novos dados e novas interpretações que alteram nossa cognição sobre o mundo que nos cerca” (PENNA, 2013, p.114). Exemplo é quando alguém conta um acontecimento que presenciou, momento em que o fato é reconstruído ao ser filtrado e transmitido pela linguagem.

Os jornalistas, na ficção jornalística, buscam a ruptura do compromisso da realidade, da objetividade. Sobre a imprensa tradicional e a ficção, o escritor Carlos Heitor Cony diz “ O jornalista na redação é como um peixe no aquário, enquanto, ao escrever ficção, ele nada em pleno oceano”. Sobre o realismo fantástico, Penna (2013) diz que o escritor que representa esse estilo é Gabriel García Marquez, que em suas obras aborda os elementos sociais com ficção. Assim como Mário Vargas Llosa e Tomás Eloy Martinez. “Até nas histórias mais fantásticas, os autores estão sedimentados sobre os acontecimentos do cotidiano. A ficção apenas confirma a triste realidade” (PENNA, 2013 p.116).

O escritor Antônio Pastoriza é considerado um dos mais expressivos na ficção. Segundo Pena (2013), o escritor evita ser identificado pois assina com pseudônimos. “Garante que só escreve sobre o que leu nos jornais, usando apenas o que chama de metáforas alegóricas ficcionais para, segundo ele, tornar a realidade mais real” (PENNA, 2013, p 116).
A tênue fronteira entre ficção e realidade

A ficção fica no imaginário das pessoas por mais tempo que as narrativas baseadas nos fatos reais. É o caso do cinema com as histórias de Hollyhood. Na televisão, o fato é contado por meio do espetáculo. “A realidade é projetada pela imagem e pela palavra de forma teatral, moldada em ilhas de edição, onde os cortes e as sequências de plano são orientados pelo critério da supervalorização” (PENNA, 2013, p.117). A mídia pode influenciar o imaginário. Como exemplo é citado a morte de Marylin Monroe que se transformou em drama e tragédia. Assim como as histórias sobre Elvis Presley, se morreu ou não. No caso de um fato do Brasil, é exemplificado com o assassinato da atriz Daniela Perez, em 1992. No qual, um casal se forma na ficção e na vida real o homem mata a mulher.

A verdade é interpretada por várias faces e vozes. Pena (2013) diz que para conferir a veracidade dos fatos é preciso questionar os elementos que que compõe uma informação, documentos e fontes. De acordo com a tese da professora Cristiane Costa, a rotina do jornalismo de redação possui pontos positivos que influenciam os jornalistas que migram para a ficção e literatura: Disciplina, escrita diária, clareza, concisão e contato com o mundo. Mas também possui pontos negativos: estresse, longas jornadas de trabalho e competividade (2005, p.200).

Alguns autores e obras.

Nesse capítulo, Pena retoma os escritores citados anteriormente e amplia as informações sobre eles ao recomendar os seus livros. Gabriel Garcia Marquez escreveu Cem anos de Solidão (1967) que é considerado o mais célebre, O general em seu labirinto (1990). O amor nos tempos do cólera (1985), Folhas Mortas (1955), Ningém escreve ao coronel (1961), Os funerais de mamãe grande (1962).
Maio Vargas Llosa, que aos 22 anos se tornou conhecido com o seu primeiro livro, Os chefes (1958). Posteriormente foi para a Europa, onde ganhou dois prêmios de Literatura. Também escreveu Pantaleão e as Visitadoras (1973) e A guerra do fim do mundo.

O brasileiro Carlos Heitor Cony escreveu “O Ventre” (1955), Pessach: a travessia (1967), Pilatos (1973), A casa do poeta trágico (1997) entre outros.


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