Resenha do livro “Minha Razão de Viver – Memórias de um
Repórter”
(Um breve comparativo
de elementos entre as políticas de ontem e de hoje)
Ontem
e hoje. Diferenças, semelhanças. Os anos passam e elementos que compõem o
cotidiano sofrem alterações; ou não. É muito óbvio. Saúde, educação; política.
Eis um termo muito proferido – e não é de agora! De 2013 para cá, esse termo
ganhou novos ares. Um bom exemplo é o caso do “petrolão”. Outras questões também
vagam e ganham força, como o impeachment, só para exemplificar.
Ao
ler a obra de Samuel Wainer, “Minha Razão de Viver – Memórias de um Repórter”, foi
possível fazer um breve comparativo com questões relacionadas à política de ‘ontem’
com a dos tempos atuais. Wainer, sem dúvida, foi um dos maiores jornalistas que
o Brasil já teve. Judeu, de origem pobre, como ele mesmo relata, amava ler, mas
não tinha muita habilidade para escrever. Mas o ‘destino’ lhe reservou caminhos
vitoriosos.
Não
foi difícil identificar elementos semelhantes da política da época com a de hoje.
Um desses elementos é o jogo político, mas esse parece estar enraizado. O jogo
de interesses permanece. Acordos, sejam eles amigáveis ou não, ocorriam e
ocorrem entre políticos e partidos para a formação de chapas eleitorais, por exemplo.
Um
exemplo que pode ser retirado do livro de Wainer é o relacionado à campanha presidencial de Getúlio
Vargas, em 1950. Vargas odiava Café Filho, mas teve que o engolir (como diz
Zagallo no futebol), para manter o apoio do então governador de São Paulo, Ademar de Barros, que havia
indicado Café para ser vice-presidente.
Atualmente,
mas não de forma igual, Dilma Rusself (PT) e Michel Temer (PMDB) também tiveram
suas ‘desavenças’. Os acordos políticos entre os partidos existiam, mas o jogo
político pelo poder cruza fronteiras.
Outro
ponto muito semelhante é o relacionado aos financiamentos de campanha. Uns
aprovam, outros não. No final do capítulo 3 do livro de Wainer, o então general
Conrobert, após ver sua possível candidatura à presidência da República cair
por terra, foi categórico: “Agora, quem for eleito toma posse. Eu serei o
fiador”. Enfim, variados são os pontos semelhantes entres às épocas
políticas.
Por fim, ainda vale destacar a relação entre política, ou melhor, políticos,
e os meios de comunicação de massa. Relações essas podem ser atribuídas a
dinheiros (verbas) repassados por partidos aos veículos de comunicação, que acabavam tonando-se
“porta vozes” dos partidos ou políticos. Uma verdadeira via de mão dupla, ontem
e hoje.
Samuel
Wainer. Minha Razão de Viver: Memórias
de um repórter. Rio de Janeiro: Editora Record, 1988.
Rafael
Sampaio Muniz
Ok
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