sexta-feira, 17 de junho de 2016

Resenha do livro “Minha Razão de Viver – Memórias de um Repórter”
(Um breve comparativo de elementos entre as políticas de ontem e de hoje)

Ontem e hoje. Diferenças, semelhanças. Os anos passam e elementos que compõem o cotidiano sofrem alterações; ou não. É muito óbvio. Saúde, educação; política. Eis um termo muito proferido – e não é de agora! De 2013 para cá, esse termo ganhou novos ares. Um bom exemplo é o caso do “petrolão”. Outras questões também vagam e ganham força, como o impeachment, só para exemplificar.

Ao ler a obra de Samuel Wainer, “Minha Razão de Viver – Memórias de um Repórter”, foi possível fazer um breve comparativo com questões relacionadas à política de ‘ontem’ com a dos tempos atuais. Wainer, sem dúvida, foi um dos maiores jornalistas que o Brasil já teve. Judeu, de origem pobre, como ele mesmo relata, amava ler, mas não tinha muita habilidade para escrever. Mas o ‘destino’ lhe reservou caminhos vitoriosos.

Não foi difícil identificar elementos semelhantes da política da época com a de hoje. Um desses elementos é o jogo político, mas esse parece estar enraizado. O jogo de interesses permanece. Acordos, sejam eles amigáveis ou não, ocorriam e ocorrem entre políticos e partidos para a formação de chapas eleitorais, por exemplo.

Um exemplo que pode ser retirado do livro de Wainer é o relacionado à campanha presidencial de Getúlio Vargas, em 1950. Vargas odiava Café Filho, mas teve que o engolir (como diz Zagallo no futebol), para manter o apoio do então governador de  São Paulo, Ademar de Barros, que havia indicado Café para ser vice-presidente.

Atualmente, mas não de forma igual, Dilma Rusself (PT) e Michel Temer (PMDB) também tiveram suas ‘desavenças’. Os acordos políticos entre os partidos existiam, mas o jogo político pelo poder cruza fronteiras.

Outro ponto muito semelhante é o relacionado aos financiamentos de campanha. Uns aprovam, outros não. No final do capítulo 3 do livro de Wainer, o então general Conrobert, após ver sua possível candidatura à presidência da República cair por terra, foi categórico: “Agora, quem for eleito toma posse. Eu serei o fiador”. Enfim, variados são os pontos semelhantes entres às épocas políticas.

Por fim, ainda vale destacar a relação entre política, ou melhor, políticos, e os meios de comunicação de massa. Relações essas podem ser atribuídas a dinheiros (verbas) repassados por partidos aos veículos de comunicação, que acabavam tonando-se “porta vozes” dos partidos ou políticos. Uma verdadeira via de mão dupla, ontem e hoje.   

Samuel Wainer. Minha Razão de Viver: Memórias de um repórter. Rio de Janeiro: Editora Record, 1988.


Rafael Sampaio Muniz

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