Monia Ferreira
Guilherme Fontes, diretor do filme, constrói uma narrativa cheia de exageros, ora com personagens de circo, ora com o próprio Chacrinha. Todos esses aspectos tentam mostram uma biografia de Chatô de uma forma diferenciada e, acredito, como forma de apresentar a personalidade forte do personagem.
A malandragem de Assis no fazer jornalístico é nítida. Não importava como, o jornalista queria fazer dinheiro em cima de patrocinadores. Seus métodos, porém, não eram na éticos e desafiavam a imparcialidade tão buscada na profissão.
Fontes optou por mostrar um outro lado de Assis, através de suas mulheres. Toda a história é embasado no triângulo amoroso entre ele, Vivi Sampaio e Getúlio Vargas. Recheado de exageros, a narrativa mostra os diversos lados de Assis: mulherengo, malandro, comunicador e esperto.
Outro fato que chama a atenção é o enredo político com o desenvolvimento da história, mostrando a importância da imprensa como um ator social e o poder dela em influenciar o público. Assis Chateubriand sabia muito bem do que poderia ser feito para conseguir o que queria e não abria mão dos jogos políticos.
Embora o filme seja mostrado com uma narrativa bem diferente, muitos personagens não amadurecem ou não são construídos de forma clara para o espectador, o que deixa a história um pouco confusa. Para quem não conhece Assis, como muitos da comunicação, há uma certa dificuldade em entender pontos importantes na história.
Mesmo assim, o filme merece ser visto como uma importante obra para a história do jornalismo nacional e para entender que algumas malandragens não mudaram tanto. Porém, é preciso voltar o olhar para uma narrativa que mais parece uma anedota, de forma que narra os acontecimentos de forma não cronológica.
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