sábado, 18 de junho de 2016

Chatô - O Rei do Brasil

Monia Ferreira

Filmado há quase duas décadas e com - enorme - dificuldade para ser lançado, o filme "Chatô, o rei do Brasil" apresenta um dos nome mais importantes da imprensa brasileira: Assis Chateubriand. Dono dos Diários Associados e com forte expressão pública, o filme mostra a vida de um personagem que poucos conhecem, mas de uma forma mais poética.

Guilherme Fontes, diretor do filme, constrói uma narrativa cheia de exageros, ora com personagens de circo, ora com o próprio Chacrinha. Todos esses aspectos tentam mostram uma biografia de Chatô de uma forma diferenciada e, acredito, como forma de apresentar a personalidade forte do personagem.

A malandragem de Assis no fazer jornalístico é nítida. Não importava como, o jornalista queria fazer dinheiro em cima de patrocinadores. Seus métodos, porém, não eram na éticos e desafiavam a imparcialidade tão buscada na profissão.

Fontes optou por mostrar um outro lado de Assis, através de suas mulheres. Toda a história é embasado no triângulo amoroso entre ele, Vivi Sampaio e Getúlio Vargas. Recheado de exageros, a narrativa mostra os diversos lados de Assis: mulherengo, malandro, comunicador e esperto.

Outro fato que chama a atenção é o enredo político com o desenvolvimento da história, mostrando a importância da imprensa como um ator social e o poder dela em influenciar o público. Assis Chateubriand sabia muito bem do que poderia ser feito para conseguir o que queria e não abria mão dos jogos políticos.

Embora o filme seja mostrado com uma narrativa bem diferente, muitos personagens não amadurecem ou não são construídos de forma clara para o espectador, o que deixa a história um pouco confusa. Para quem não conhece Assis, como muitos da comunicação, há uma certa dificuldade em entender pontos importantes na história.

Mesmo assim, o filme merece ser visto como uma importante obra para a história do jornalismo nacional e para entender que algumas malandragens não mudaram tanto. Porém, é preciso voltar o olhar para uma narrativa que mais parece uma anedota, de forma que narra os acontecimentos de forma não cronológica.

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