Thailor Gonçalves
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Samuel Wainer junto a uma máquina que "rodava" uma edição do Última Hora Foto: Reprodução / Internet |
“Minha razão de
viver – memórias de um repórter” é uma autobiografia do jornalista Samuel
Wainer (1912-1980), organizado a partir de fitas de áudio deixadas pelo autor.
O organizador da obra é Augusto Nunes.
A obra trata,
como diz o subtítulo, de acontecimentos importantes da trajetória de Wainer. A
relação com o poder, com o ex-presidente Getúlio Vargas e com o jornal Última
Hora (da sua propriedade) é bastante explorada no livro.
Era chamado por
Getúlio Vargas de “Profeta” e o jornal Última Hora era bastante tendencioso,
servindo de panfleto eleitoral a Vargas. Inclusive, os fatos que marcaram o
início da amizade entre os dois é um ponto de clímax do livro.
Estrangeiro, perseguido
pela Ditadura Militar, instalada no Brasil em 1964, vendeu o Última Hora em
1972. Depois desse episódio, foi trabalhar no jornal Folha de S. Paulo.
As
similaridades no cenário político que permeava a época da qual trata o livro e
os dias atuais concentram-se no que diz respeito ao jogo de poder que fazem
parte da vida política. A forma como os veículos de comunicação atuam na
cobertura política, as relações entre jornalistas e políticos e o modo como os
veículos trabalham a notícia na tentativa de dar mais destaque a um lado da
história.
Sabemos que a
imparcialidade é uma utopia no exercício do jornalismo, já que as convicções
pessoais, orientações editoriais pautadas no desejo dos donos das empresas de
comunicação e a necessidade de preservar a imagem dos seus patrocinadores e
parceiros interferem nos processos de produção e veiculação das notícias.
Considerando
esses fatores, percebe-se a similaridade entre os períodos – o retratado no
livro e o atual.
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