terça-feira, 14 de junho de 2016

Jornalismo Literário - Resumo


  •       Grupo formado por: Paula Alves, Guilherme Mattos, Rafael Sampaio, Verônica Barbosa e Vitor Fórneas.


 ·         CAPÍTULO I 
Guilherme Mattos

O jornalismo literário, um dos grandes gêneros jornalísticos, ainda é pouco compreendido. Poucos sabem informar com tamanha veemência, o conceito principal do estilo literário. Com a finalidade de evidenciar e demonstrar outras características da escola literária, o autor do texto compara a literatura com a música. Durante a introdução, o escritor realiza algumas “brincadeiras” entre o texto (escrito) e as letras de músicas (partituras), alegando que se ele soube-se interpretar as partituras, ele cantaria, ao invés de se aventurar na escrita.

Segundo Pena (2006), as melodias possuem uma facilidade de fixação na memória das pessoas, enquanto o texto, não tem o mesmo efeito. A realização de pequenas pesquisas teria como resultado, a pouca assimilação perante informações impressas, enquanto as canções ocupariam o pensamento de muita gente. O jornalismo possui várias características, dentre elas, algumas bastante específicas e conhecidas. Já a literatura, desenvolveu conceitos diferentes, e a partir destas ideias, foram elaborados outros pontos de vista.

Podemos pensar a literatura no jornalismo através da estrela de sete pontas. Assim, cada lacuna estrelar tem um objetivo, como: potencializar os recursos do jornalismo (desenvolve novas estratégias profissionais), ultrapassar os limites do acontecimento cotidiano (romper com a periodicidade e atualidade / o jornalista deve ultrapassar estes limites), visão ampla (contextualizar a informação da forma mais abrangente possível), exercitar a cidadania (como a abordagem do jornalista vai contribuir para a formação do cidadão, para o bem comum, para a sociedade), rompe com as correntes do lead (aplicação de técnicas literárias para a construção de narrativas), definição dos entrevistados de plantão (é preciso ouvir o cidadão comum, criar alternativas de fontes), perenidade (objetivo principal é a permanência).

Para os intelectuais, a divisão dos assuntos facilitaria a discussão dos mesmos, pois a compreensão dos temas seria maior. Entender e discutir um conteúdo amplo, demandaria um vasto conhecimento.  Mas, com a separação dos argumentos, teríamos um imenso entendimento sobre eles, pois dedicaríamos nosso tempo, somente para aquelas questões. Durante toda a história, os estudiosos tentavam separar os gêneros, mas sem grandes sucessos contínuos, conseguiam delimitar apenas naquele momento.

Falou-se muito em jornalismo e literatura, mas estes dois gêneros podem ser identificados como se fossem um só?! Os teóricos diriam que sim, porém, é muito complicado afirmar a interpretação dos mesmos. Desde sempre, os pensadores tentavam dividir os gêneros, mas as divergências de ideias, sempre aconteciam. Quando acreditavam que a divisão estava concretizada, a linguagem e os próprios gêneros, evoluíam, resultando assim, em outras pesquisas referentes aos novos “formatos”.

A separação de gêneros no jornalismo aconteceu quando se separou um jornal impresso em: notícia e comentário. Por isso a dificuldade em dividir e classificar os gêneros. Pois os produtos são relativos e transitórios, possuindo dinamicidade e transformação. E mais uma vez, não estamos levando em consideração nem o jornalismo, nem a literatura, mas sim, a melodia.

O jornalismo e a literatura possuem suas características, e a união dos dois assuntos não parece ser tarefa das mais simples. As discussões entre estudiosos, intelectuais, pesquisadores, jornalistas e professores ainda vai perdurar por muito tempo. Devido às transformações. Estes conceitos não são estáticos, estão sempre em mutação, fazendo com que suas teorias e explicações, continuem evoluindo.

·         CAPÍTULO II – O DESENVOLVIMENTO DO JORNALISMO E DA LITERATURA FOLHETIM
Verônica Barbosa
No início do capítulo narra-se um história de como Deus havia criado as coisas no mundo.  Um narrativa de pai para seu filho de 8 anos.  Porém, a forma como o pai contava, influenciava para que não o garoto não compreendesse e indagasse os questões dos fatos. Com a chegada de um caixeiro viajante, o mãe solicitou que ele explicasse a história para o garoto, de maneira que ele entendesse.  A narrativa do caixeiro começou a fazer sentido para a criança, pois não era contada superficialmente.  O viajante revelou as fontes, contextualizou os personagens, citou datas, descreveu lugares e apresentou as causas de todos os eventos. Os caixeiros eram quem traziam as informações dos sobre os vilarejos distantes. Mas naquela época não se tinha definido o nome para tal ação, que hoje conhecemos como jornalismo.
As opiniões sobre quando surgiu o jornalismo se divergem.  Para uns, ela surgiu junto a primeira comunicação humana.  Para outros quando suas características modernas já poderiam ser identificadas.  Para o autor deste livro, o jornalismo está mais próximo da primeira versão e tem como natureza o medo do desconhecido, que leva o homem a querer exatamente o contrário, conhecer.
Algumas características são destacadas: é preciso que se façam relatos e reportem as informações a outros membros da comunidade. Para o Castilho, citado pelo autor, a aquisição da fala pelo homo sapiens não exclui a possibilidade de ter havia antes outro tipo de comunicação. Castilho destaca ainda as linguagens não verbas como forma de se comunicar: os olhos, os gestos, o corpo, a postura.
O autor cita ainda, Kovach e Resentiel que concluem que, quanto mais democrática for uma sociedade mais ela vai dispor de notícias e informações. E esse democracia dependia dos requintes da oralidade dos discursos.  Mesmo após a invenção da escrita, a comunicação oral continuou poderosa, como é até hoje.
Na divisão cronológica da história do jornalismo temos: a imprensa artesanal, de poucas tiragens, imprensa comercial (mercado noticioso), mídia de massa (tecnologia, marketing e espetáculo), e comunicação generalizada (informações com bases socioculturais e realidade virtual).

Folhetins
No séculos XVIII e XIX, escritores de prestígios tomaram conta dos jornais e descobriram um novo espaço público para publicar suas obras. Esses escritores não apenas comandavam as redações como também, determinam a linguagem e os conteúdos dos jornais.  O estilo era bem peculiar:  estilo discursivo, marca fundamental da confluência entre o jornalismo e a literatura. A partir dos anos 1840 ocorreu a eclosão do jornalismo popular, principalmente na França e na Grã- Bretanha, tendo como nova lógica o capitalismo.  E publicar narrativas literárias em jornais proporcionava um aumento nas vendas e possibilitava uma diminuição nos preços, e aumentava o número de leitores por dia. Com isso, os anunciantes pagavam mais caro pelo espaço publicitário e isso consolidava a lógica capitalista dos jornais.
Os folhetins tinham características especificas:  era dirigido a um vasto público, e todas as classes, eram utilizados recursos de homogeneização cultural, tinha o plot, ponto de virada do roteiro, onde a ação sempre era interrompida no momento culminante, como acontece nas telenovelas. Para quem perdesse algum folhetim, os escritores usam o recurso da repetição, lembra sempre o que aconteceu no capítulo anterior. As mudanças na trama seguiam os desejos do públicos que emitiam suas opiniões por cartas enviadas aos jornais. E para completar, é preciso dizer que os estereótipos, exageros dramáticos ou repetições não significavam baixa qualidade literária. Havia força na narrativa central e na construção dos personagens.
Fale ressaltar que boa parte dos autores de folhetim tiveram destaue na literatura universal como os Frances Honoré de Balzac, Victor Hugo – autor de os miseráveis, Alexandre dumas, autor de Os três mosqueteiros.  Na Inglaterra, Charles Dickens e Walter Scott. Em Portugal Camilo Castelo Branco e Júlio Diniz.  No Brasil tivemos o fundador da academia de letras, Machado de Assis, com Dom Casmurro, Memorias póstumas de Brás Cuba; José de Alencar, Raul Pompéia, Alóiso de Azevedo. Mas o primeiro folhetim do Brasil foi feito por Manuel Antônio de Almeida, com Memórias de um sargento de milícias, no Correio Mercantil.
Os romances de folhetim significou uma democratização sem precedentes da Literatura e um nivelamento quase absoluto do público leitor.  E no XIX a influência da Literatura no Jornalismo se tornou mais visível. Casou a necessidade dos jornais venderem mais e a vontade de serem lidos, dos autores. A solução foi obvia: publicar romances em capítulos na imprensa diária. E assim surge o folhetim.
·         CAPÍTULO III - A CRÍTICA LITERÁRIA
Verônica Barbosa
A ação crítica de uma obra não á tão simples. Ela envolve juízo de valores, moral, contexto, momento histórico e outros componentes difíceis de avaliar.  O crítico exerce uma atividade que influencia a sociedade e a própria construção da obra literária. Atualmente podemos identificar dois tipos de críticas literárias:  aquelas produzidas por professores, intelectuais e estudantes de mestrando e doutorado em letras. As outras são escritas diariamente nos jornais, revistas e podem ser exercidas por jornalistas, músicos, atores, políticos.
Nas universidades, a crítica é mais voltada para o ensaio do que para o juízo de valor.  Os alunos ficam limitados as normas acadêmicas e evitam adjetivos aplicando um metodologia supostamente cientifica.
Na imprensa a situação é diferente. Até o século passado a crítica em jornais era exercida com rigor e, de fato, fazia juízos de valor. Hoje prevalecem apenas resenhas que não julgam e apena analisam as obras e exaltam suas qualidades.
A crítica é um ato de criação. Produz um discurso artístico na medida em que articula conceitos e sensibilidades. E para estimar uma obra o crítico deve explicar seu valor, mostrando suas virtudes e seus defeitos.
A crítica tem três componentes básicos: análise, interpretação e julgamento. A interpretação utiliza instrumentos para atribuir significado à obra. O julgamento faz a valoração e orienta a opinião do público, que pode concordar ou não, fazendo uma nova leitura do texto. E a analise passa pelas influencias culturais, históricas e sociais.
Na virada do século, a presença da literatura no jornalismo começou a diminuir, com a transformação de estilo e gráficas dos jornais.  As informações passam a ser mais objetivas e concisas. E a Literatura passa a ser apenas um suplemento, que tem apenas a função de acrescentar alguma coisa nos jornais e estão submetidos as regras básicas do discurso jornalístico. E assim a Literatura deu lugar a lógica de valor –noticia, dando destaque para os lançamentos e as novidades.
Vale ressaltar que a colaboração nos suplementos literários é sinônimo de prestígio e reconhecimento intelectual. Isso legitima tanto autores quanto críticos, abrindo espaço não só na editorias como também no jornalismo.
Cada jornal caracterizam esse suplemento de uma forma:  na Folha, as críticas estão no Caderno “Mais” junto à ciências e cultura. No “O Globo” no caderno “Prosa e Verso” com conteúdo constituídos de resenhas escritas por acadêmicos ou jornalistas. O Estado de São Paulo, não possui suplemento mais um grande seção de livros.  O que pode ser observado e comparado são os suplementos literários no Brasil saem aos finais de semana (ócio e lazer), enquanto na França, os cadernos literários sem em dias úteis (rotina de trabalho e estudo).
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·         CAPÍTULO IV – O NOVO JORNALISMO
Vitor Ramos Fórneas
O autor inicia o capitulo utilizando do estilo do Novo Jornalismo que foi idealizado pelos norte americanos. Esse estilo do jornalismo literário americano foi desenvolvido por Tom Wolfe em 1973. Porém, para o professor Carlos Rogé o termo apareceu pela primeira vez em 1887 com o objetivo de desqualificar o editor da Pall Mall Gazette, WT Stead.
Para alguns historiadores, Daniel Defoe é considerado o primeiro jornalista literário moderno. Ele ficou conhecido por uma serie de reportagens policiais que misturava Literatura e Jornalismo. As técnicas utilizadas em seus romances também eram incorporadas nelas.
Antes do boom do manifesto de Wolf podemos destacar dois escritores que foram além do seu tempo e já introduziram esse estilo. Estamos nos referindo a John Hersey e Truman Capote. O primeiro escreveu Hiroshima (1946) e retratou o desastre ocorrido através do ponto de vista de seis personagens que sobreviveram ao desastre da bomba. Já Capote, em seu livro intitulado A sangue frio descreveu cada cena do assassinato de uma família da zona rural do Kansas, nos Estados Unidos, após ficar cinco anos realizando a pesquisa. No entanto, o autor não considera o trabalho como Jornalismo e sim como “romance de não ficção”.
A insatisfação da maioria dos profissionais da imprensa com as regras de objetividade do texto jornalístico proporcionou o advento do Novo Jornalismo contemporâneo. Wolfe apresenta a ideia básico desse novo formato e destaca que os repórteres devem ser o contrário do que é pedido. Ser subjetivo invés de objetivo, entre outros.
Os quatro recursos básicos do Novo Jornalismo são:
1-      Reconstruir a história cena a cena;
2-      Registrar diálogos completos;
3-      Apresentar as cenas pelos pontos de vista de diferentes personagens;
4-      Registrar hábitos, roupas, gestos e outras características simbólicas do personagem.
Isso é um tanto quanto utópico, pois o texto jornalístico demanda certa agilidade e não disponibiliza tempo suficiente para o detalhamento das fontes.

Ø  A vertente Gozo
Jornalismo que consiste no envolvimento profundo e pessoal do autor na elaboração da matéria. Dessa forma podemos conceituar o Jornalismo Gonzo, criado por Hunter Thompson. Uma das características desse repórter era a defesa de que é necessário provocar ao máximo o entrevistado, pois assim a reportagem renderia mais.
“A principal característica dessa vertente é escancarar a questão da impossível isenção jornalística tanto cobrada, elogiada e sonhada pelos manuais de redação.”
Os jornalistas André Pugliesi, do portal www.jornalistademerda.org, e Arthur Veríssimo, da revista Trip, são os adeptos dessa vertente.
Ø  O Novo Jornalismo Novo
Da mesma maneira como o anterior este também propõe opor aos preceitos do jornalismo que para alguns é considerado “velho”. Seu principal objetivo é questionar os valores apresentados, propor soluções, e fazer com o que o jornalista tenha um perfil ativista.
Concretizar os ideais desse estilo é complicado, pois como disse Boyon “é preciso fazer uma imersão completa e irrestrita, na tentativa de construir uma ponte entre a subjetividade perspectiva e a realidade observada”. Aqui não temos preocupação com a elegância estilística, mas sim de tentar aproximar o texto da realidade. O tom é mais informal e declaratório.
Apesar da narrativa literária não ser o valor essencial, o manifesto de Wolfe juntamente com seus princípios não são abandonados.
Ø  Alguns autores e obras
Após destacar na explicação dos conceitos alguns autores. Nesta seção, Felipe Pena enfatiza um autor brasileiro, e outro estrangeiro.
Aliar ao texto jornalístico os fatos atuais, os aspectos autobiográficos, as opiniões e alfinetadas politicas foram as inovações trazidas por Norman Mailer nos anos de 1960 e 1970. Foi considerado por Robert Lowell como “o melhor jornalista da América”.
Joel Silveira, o Víbora, foi pioneiro do Jornalismo Literário no país. Via na grande reportagem a possibilidade de ser uma válvula de escape para, naquela época, a voz que ficara reprimida durante a ditadura do Estado Novo. Era uma pessoa que não se intimidava com nada, visto quando cobriu a Segunda Guerra Mundial.
Seu livro que teve maior repercussão foi A milésima segunda noite da avenida Paulista. A reportagem que conta o casamento da herdeira dos Matarazzo e da filha dos funcionários da própria família é considerada um dos maiores escritos do brasileiro, pois se utilizou toda acidez e malícia para retratar o enlace dos operários de Nadir Ramos e José Tedeschi.

·         CAPÍTULO V
Paula Alves
No capítulo 5, Pena (2006) dedica-se a tecer considerações sobre a biografia. Trata-se do subgênero do Jornalismo Literário mais vendido no mundo. Para essa modalidade, o autor propõe uma nova construção narrativa, a que chama de fractais biográficos ou teoria da biografia sem fim. Nas últimas décadas, os jornalistas foram os maiores escritores das biografias. Um problema, dado o compromisso que esse profissional assume com a realidade, desprezando, muitas vezes, a complexidade do mundo contemporâneo.

Antes de explanar o conceito da biografia sem fim, Pena (2006) reflete sobre dois temas: nossa relação com o tempo e a memória, e a idolatria aos personagens relatados. No tocante à memória, sua atuação dá-se de modo a fornecer “estabilidade diante da reordenação espacial e temporal do mundo”, (PENA, 2006, p. 72). Recorre, a título de referencial teórico, aos autores Jésus Martín-Barbero, latino-americano que formulou a ideia de “boom de memória”, e a Pierre Bourdieu, professor francês que discorreu sobre a ilusão biográfica.

O biógrafo, visando satisfazer o leitor tradicional, encontra-se na missão de ordenar os acontecimentos de uma vida de forma cronológica. É ele quem estabelece uma narrativa autônoma e estável. Os fatos dispersos ganham significado, de modo a parecer um caminho ou uma estrada. O autor coloca em questão os termos memória e esquecimento, um movimento duplo e paradoxal. “Eles convivem e se relacionam em complexas teias e conexão e interface” (PENA, 2006, p. 73).

O consumidor da memória quer comprar estabilidade. A essa conclusão chegaram os professores de comunicação Micael Herschmann e Elizabeth Rondelli. Na mídia, as construções desse gênero são espetacularizadas. Assim, é possível ter saudade de um tempo não vivido, querer voltar para um lugar onde nunca esteve. Ter atitude reflexiva sobre os próprios estereótipos é, na visão do autor, respaldado pela professora carioca Diana Damasceno, “uma necessidade e tortura para o biógrafo” (PENA, 2006, p. 75). 

Quando os biógrafos re-interpretam o passado, inevitavelmente rediscutem os conceitos de tempo e memória. O filósofo francês Jacques Derrida defendia essa re-conceituação como abandono e da linearidade temporal e uso da simultaneidade. Algo, do passado ou do futuro, quando lembrado, torna-se discurso, articulado ao presente, simultâneo a este. O engano acontece, assim, quando os biógrafos ou historiadores pensam estar preenchendo as lacunas. Derrida expõe os dois tipos de memória: a interior e a totalizadora. Esta, relativa ao sujeito. Aquela, diz respeito à escritura.

Santaela, autora de Cultura das Mídias, explica o medo e angústia que reside no homem que está preso ao mundo moderno. Fugindo da improvável posteridade e do complexo presente, ele refugia-se no passado. Nas, também, biografias, memórias de outras pessoas. Jean Baudrillard refere-se ao fenômeno como “memorização fanática”. Pena (2006) explica, levando em conta as contribuições do filósofo alemão Norbert Elias, que o tempo é regulado socialmente, privilegiando a sincronia e não a diacronia. O primeiro modelo prevalece na construção dos relatos biográficos, sequencial e cronológico.

Na tentativa de explicar sobre os biografados, o autor recorre inicialmente ao teórico Neal Gabler. Para ele, é justificável a tendência de converter a realidade em encenação. Como exemplo, tem-se o reality show Big Brother Brasil. Ele destaca, porém, o caráter interpretativo presente nos personagens, apesar da aura de realidade. “[tantas caracterizações] carregam o enredo da trama, sustentando conflitos e gerando identificações por parte do público” (PENA, 2006, p. 81).

Nesse contexto de espetacularização, a biografia dos indivíduos é superdimensionada, transformada em capítulo e consumida como um filme. A proporção com que isso se aplica depende, e muito, da capacidade de roubar a cena daquele que está em pauta. Em oposição, encontra-se a identificação com os heróis. Na definição do sociólogo Ronaldo Helal, a celebridade vive para si, o herói, para os outros.

Outrora, era preciso ler a biografia de uma estrela para conhecer sua intimidade, hoje, com a intimidade exposta de maneira veemente, a biografia é escrita diariamente na mídia. Com isso, o papel do biógrafo é cheio de nuances, como qual linguagem empreender e quais informações priorizar. Corre-se o risco “se a vida é um show e a mídia é um palco, os roteiristas do espetáculo correm o risco de tornarem-se os bobos da corte” (PENA, 2006, p. 91).

Finalizando, Pena (2006) disserta sobre a teoria da biografia sem fim. Ele propõe uma organização do seguinte modo: capítulos nominais (o judeu, o gráfico, por exemplo). No interior de cada capítulo, as histórias são relacionadas em ordem diacrônica. O leitor, além de liberdade, ganha interatividade, uma vez que ele pode ser co-autor por meio de plataformas online, escrevendo sua própria história sobre o personagem. A teoria foi aplicada na biografia de Adolpho Bloch, dono da revista e da TV Manchete. Ela visa refletir a multiplicidade de identidades do biografado e suprimir a concepção totalizante do escritor. “A biografia prova que a palavra é mais perigosa que a espada e mais inebriante que o ópio. O biógrafo, então, d deve ter consciência da falta de consciência, ou seja, ele deve saber que pode se cortar com a própria pena, um objeto sádico, incorrigível, incontrolável” (PENA, 2006, p.93).


·         CAPÍTULO VI – O ROMANCE-REPORTAGEM
Vitor   Ramos Fórneas
Neste tipo de narrativa procura se aliar a narrativa romanesca com a jornalística, onde o autor não pode inventar nada. Como conceitua Pena, “quem faz romance-reportagem busca a representação direta do real por meio da contextualização e interpretação de determinados acontecimentos”.
Rildo Cosson, teórico da comunicação, escreveu um livro sobre isso e conceituou o romance-reportagem como um gênero que passa pelos discursos literário e jornalístico. No entanto, deixou claro que “não é jornalismo, uma vez que é romance; não é literatura, uma vez que é reportagem”. Já para Davi Arrigucci Jr. é um neonaturalismo que retoma o discurso social.
Ø  Outras classificações
a-      Jornalismo Literário: baseia-se na observação e na redação inspirada na Literatura. A humanização é uma de suas características.
b-      Jornada do Herói: narrativa que alia aos estudos mitológicos.
c-      Escrita Total: texto criativo que é ferramenta de sensibilização no Jornalismo Literário Avançado.
d-     Narrativa de Transformação: visa ampliar a consciência das pessoas contribuindo com a transformação da sociedade. Utiliza-se do Jornalismo Literário, do Literário Avançado e da Literatura da Realidade.
e-  Literatura da Realidade: emprega a reportagem aos temas considerados reais.
CAPÍTULO VII - A FICÇÃO JORNALÍSTICA
    Rafael Sampaio
O capítulo 7 do livro Jornalismo Literário, de Felipe Pena, “A ficção jornalística”, trata de forma simples os objetivos centrais da ficção-jornalística, suas diferenças em relação ao romance-reportagem, e, aborda também, conceitos em torno da construção da ‘realidade’.
Segundo Felipe Pena, ficção-jornalística e romance-reportagem são desenvolvidos com propósitos muito diferentes, mesmo tendo como base única, o fato em si.
Na ficção-jornalística há o uso de inúmeros elementos, em sua maioria textuais, que vão contar e encrementar a história. Apenas o fato central do história é verdadeiro, ou seja, os outros acontecimentos descritos e retratados são pura ficção. Essas ficcionalidades são construídas a partir do ponto de vista do autor. Portanto, o texto parte de um prossuposto verídico, mas é camuflado com informações falsas.
Já o romance-reportagem busca retratar exclusivamente os acontecimentos, sem ‘inventar’ nenhum elemento complementar no texto. Essa busca quase que fiel do relato do acontecimento é própria do jornalismo, mas, segundo Felipe Pena, é ontologicamente impossível, uma vez que, quem escreve sobre um fato, mesmo que tenha presenciado ele, já o escreve de acordo com seus conhecimentos prévios, não só acadêmicos, mas também ‘conhecimentos de vida’, profissional e cultural. A ‘visão’ para o fato possui direcionamentos. Trata-se apenas de uma reconstrução possível.
Mas, independentemente do texto produzido, uma nova realidade é formada, “ pois ela sempre é socialmente constituída, seja pela linguagem, pela cultura ou pelas forças políticas e sociais”.
De acordo com Felipe Pena, “não existe um real acabado, definitivo, que seja a expressão absoluta. Estamos sempre construindo o cotidiano, inserindo novos dados e novas interpretações que alteram nossa cognição sobre o mundo que nos cerca”.
O autor conclui que escrever ficção é “romper com os limites de reportar os fatos, mas sem deixar de usar os instrumentos jornalísticos”.
Felipe Pena também evidencia os conflitos entre a ficção e realidade. Para ele, as representação ficcionais da realidade chamam mais atenção do que a narrativa do factual em si.
Um bom exemplo que consta no livro é o de Hollywood e consumo moldado por ele. Roupas e sapatos que entram na moda e acabam virando ‘febre’, isso por que um ator ou atriz de renome internacional ou que possui um carisma para com o público o usa na obra. Filmes, séries , que acabam ditando o certo e o errado. A ideologia do corpo ideal. Enfim, os exemplos são inúmeros. Esse jogo de representações não ocorre apenas no cinema, mas também nas outras mídias.
Essa inúmeras representações feitas pelos meios de comunicação se dão através da espetacularização do fato, que por sua vez, são medidos pela capacidade de consumo que desperta no público em questão. A realidade aqui vêm da edição, do texto e das imagens – mas tudo, é claro, através de um fato verdadeiro. Esses manejos acabam por promover “quase uma dissolução de fronteiras entre o real e o ficcional”.
Felipe Pena conclui dizendo que a verdade “é interpretada, construída e reconstruída”. Cada pessoa é co-construtor da realidade em que vive.



·         EPÍLOGO - CAPÍTULO 8
Guilherme Mattos

Evite o senso comum. Acredite na sua linha de pensamento. Mas, vá com calma e com cuidado. Não deixe escapar as melhores oportunidades da vida, pois sua felicidade pode estar aonde você menos espera. Muitos vão te julgar, não ligue, não tome partido, faça o que tiver que fazer sem se importar com a opinião alheia.

O exposto acima é bem claro e direto: aproveite de forma clara e objetiva a oportunidade de felicidade que bate em sua porta. O rapaz não conhecia a garota, e vice e versa, mas de repente com uma simples conversa os dois se entenderam e entraram em acordo. Sem imaginar o que ainda poderia acontecer, mal sabem que vão se tonar marido e mulher.




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