domingo, 19 de junho de 2016

Truman Capote - as provocações inerentes ao Jornalismo

Thailor Gonçalves


Foto: Reprodução / Internet

Em 1959, Truman Capote lê um artigo sobre o assassinato de uma família de campo no estado do Kansas, nos Estados Unidos. Sem uma razão aparente, ele se interessa pelo caso e convence seu chefe na revista onde trabalha para trabalhar no caso. Como ele era um renomado jornalista, recebe a autorização e viaja para o lugar onde ocorreu o crime bárbaro, juntamente com uma colega de profissão.

Chegando lá, ele vai até a casa da família assassinada e até o velório onde os corpos dos quatro membros da família estavam sendo velados. Os caixões estavam fechados, e como um jornalista muito curioso, ele teve a audácia de abrir um dos caixões. Viu que o rosto da mulher estava coberto com uma gaze branca e de cheiro muito forte, pela razão dos criminosos terem atirado nos rostos das vítimas. 

Um tempo depois os suspeitos do crime foram presos e julgados, e Capote presenciou tudo. Os dois acusados foram, por decisão unânime dos jurados, sentenciados à pena de morte. 

Quando um dos acusados ainda estavam em uma delegacia (era o que parecia), Capote, com seu jeito delicado e carismático, consegue conversar com ele. Ele vê no criminoso um jeito frio e ao mesmo tempo medroso. Ele tenta dialogar, mas o criminoso não dá muito abertura. A partir disso o jornalista fica ainda mais curioso com o caso e decide escrever um livro. Ele não demora muito escolher o título do livro, que seria “A sangue Frio”.

Através de suborno em dinheiro, Capote consegue com o presidente do presídio onde os assassinos estavam a liberação para visitá-los a qualquer dia e qualquer hora, quando bem entender. 

Ele aparentava não ter qualquer afinidade com os assassinos, mas com Perry era diferente. Há indícios de que Truman estava se apaixonando por Perry. Durante o filme isto nunca ficou claro, pois não se sabia se sua relação era apenas profissional.

Com o tempo e suas visitas constantes, Capote passou a ter a confiança de Perry. Até lhe prometeu um bom advogado para reverter a pena de morte que lhe fora sentenciado, o que não aconteceu. Capote queria mesmo era o porquê de os assassinos terem matado aquela família inocente, para poder concluir o seu livro. Até o título do livro ele escondeu de Perry.

Depois de muita insistência, Perry finalmente revelou o que acontecera naquela noite. Segundo sua fonte, havia 10 mil dólares na casa, e eles só queriam o dinheiro.
Chegando lá, perceberam que sua fonte estava equivocada. Depois que todos estavam amarrados, Perry ficou com medo de sair dali sem nenhum dinheiro e ainda com testemunhas. Cortou a garganta do homem, que ficou a esguichar sangue no chão. Subiu e foi aos outros cômodos da casa, e com tiros de escopeta, atirou nos rostos de cada morador. No momento em que Capote perguntou quanto de dinheiro eles tinham levado dali aquela noite, ele chorou e respondeu que nem 50 dólares. 

Ao final do filme, ficou evidente a tristeza de Capote com o fato dos assassinos serem enforcados. Ele acompanhou o ocorrido, que foi bem chocante.

O filme mostrou ser de excelente qualidade e muito importante para nós, jornalistas em formação, pois mostrou a importância do exercício da persuasão e da insistência na busca dos fatos. Também revelou o quão é importante a credibilidade para o profissional jornalista. Sem credibilidade, o exercício do jornalismo fica inteiramente comprometido. É impossível ser jornalista sem gozar dessa qualidade. 

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