sexta-feira, 17 de junho de 2016

Resenha Crítica do livro “Minha Razão de Viver” – Samuel Wainer

Por Arthur Nascimento

De descendência judia, a família de Samuel Wainer veio para o Brasil no início do século XX. Convencidos por seu irmão e, buscando melhores oportunidades de vida, Dora e Jaime Wainer vieram e tentaram a sorte no Brasil. Não conseguiram o sucesso financeiro que imaginavam ter. O sucesso se revelou através da trajetória de um de seus nove filhos, o jornalista Samuel Wainer.

Criado no bairro da comunidade judaica do Bom retiro, em São Paulo, o grande Samuel teve uma trajetória invejável. Acompanhou de perto os presidentes Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek. Com os quais se tornara amigo íntimo.

Sua trajetória no jornalismo se iniciou quando Wainer abraçou a oportunidade de escrever para uma coluna do Diário de notícias sobre a comunidade judaica. A partir de lá fez contatos que o levaram a jornais e revistas de certa visibilidade na época, como o Revista Brasileira e  a Revista Contemporânea.  Wainer fundou a Diretrizes, e passou pelos Diários dos associados, de Assis Chateaubriand, e foi o fundador do famoso Última Hora.


Ler Minha razão de viver permite ao leitor observar a cultura política brasileira, enraizada até os dias atuais.  Quando Wainer relata sobre a Era Vargas, é notória uma semelhança com os dias atuais. A atuação de uma grande parte da imprensa pressionando Vargas e se colocando declaradamente em oposição ao seu governo, uma maquinação às escuras para golpear o governo de Vargas, por parte da imprensa, e por parte de adversários políticos, que Vargas havia colecionado durante sua trajetória. Uma tensão em volta deste episódio que nos remete ao que acontece nos dias atuais. O tempo passa, mas o Brasil parece ainda estar vivendo no passado. O que mudam são apenas os personagens da trama. 

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