Resenha
Crítica do livro “Minha Razão de Viver”
– Samuel Wainer
Por Arthur Nascimento
De descendência
judia, a família de Samuel Wainer veio para o Brasil no início do século XX.
Convencidos por seu irmão e, buscando melhores oportunidades de
vida, Dora e Jaime Wainer vieram e tentaram a sorte no Brasil. Não conseguiram o
sucesso financeiro que imaginavam ter. O sucesso se revelou através da
trajetória de um de seus nove filhos, o jornalista Samuel Wainer.
Criado
no bairro da comunidade judaica do Bom retiro, em São Paulo, o grande Samuel
teve uma trajetória invejável. Acompanhou de perto os presidentes Getúlio Vargas,
João Goulart e Juscelino Kubitschek. Com os quais se tornara amigo íntimo.
Sua
trajetória no jornalismo se iniciou quando Wainer abraçou a oportunidade de
escrever para uma coluna do Diário de notícias sobre a comunidade judaica. A
partir de lá fez contatos que o levaram a jornais e revistas de certa visibilidade
na época, como o Revista Brasileira e a Revista Contemporânea. Wainer fundou a Diretrizes, e passou pelos Diários dos associados, de Assis Chateaubriand,
e foi o fundador do famoso Última Hora.
Ler Minha razão de viver permite ao leitor
observar a cultura política brasileira, enraizada até os dias atuais. Quando Wainer relata sobre a Era Vargas, é notória
uma semelhança com os dias atuais. A atuação de uma grande parte da imprensa
pressionando Vargas e se colocando declaradamente em oposição ao seu governo, uma
maquinação às escuras para golpear o governo de Vargas, por parte da imprensa,
e por parte de adversários políticos, que Vargas havia colecionado durante sua
trajetória. Uma tensão em volta deste episódio que nos remete ao que acontece
nos dias atuais. O tempo passa, mas o Brasil parece ainda estar vivendo no
passado. O que mudam são apenas os personagens da trama.
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