sábado, 18 de junho de 2016

Chatô: o cangaceiro da comunicação


Por: Bruno Costa


Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, assim chamava-se o revolucionário Chatô. Um paraibano que com o seu espírito empreendedor mudou a sua história e todo futuro da nação brasileira. Foi ele o responsável por trazer a TV ao Brasil e por criar o Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Nem tudo que Assis realizou pode e deve ser aplaudido de pé, tanto por estudantes como também por colegas do jornalismo. Por muitos momentos o dono dos Diários Associados coagiu políticos, fontes e autoridades para alcançar os seus objetivos. Ele saiu de uma origem pouco modesta no nordeste rumo à região sudeste onde aos poucos e com influência foi galgando o seu espaço.

Ainda na juventude, mais precisamente aos 14 anos de idade, Chatô começou a trabalhar como jornalista. Mais um dos seus fatos imprevisíveis, pois passou quase toda a infância sem falar direito, pois foi acometido por uma gagueira. Em 1924 ele comprou o seu primeiro jornal, e este foi à base para a construção do seu império.
Foto: Reprodução da Internet

De jornalista a embaixador    


Mesmo sendo odiado por inúmeras autoridades, empresários e governantes políticos, Assis chegou a ser senador e embaixador do Brasil nas terras da Rainha. O filme, baseado no livro homônimo de Fernando Morais não adentra tão intimamente na história de Chatô, mas pontua as suas loucuras, mudanças de humor e o seu forte apego as mulheres e aos seus bens.


Seja por meio das páginas do livro ou das cenas do filme, fica evidente que seu interesse era na maioria das vezes voltado para o fortalecimento do seu império. O por querer sempre mais e por usar métodos considerados grosseiros pela grande maioria, o empresário foi apelidado com o título de cangaceiro – a figura típica nordestina. Sendo seu amigo, não se tinha a vida publicada em nenhum dos seus jornais. Mas quando o inimigo era o alvo de perseguição sua ira era implacável.

O império que perdura
O legado erguido por Chatô está firme até a atualidade, nesse caso especifico não está relacionado às questões físicas, mas sim a sua maneira visionária e empreendedora. As ligações para a casa dos seus desafetos a altas horas da madrugada renderam-lhe nome e relevância, não é a toa que sua história é analisada por diversas áreas das comunicações sociais.


A realidade ao qual viveu Assis não está longe do contexto atual. Cada dia mais os donos de jornais, TV e rádio utilizam-se de seus direitos de concessão dados pelo governo para utilizar-se ao seu bel prazer, mesmo que de forma mais velada. O jornalismo vira um boneco de fantoche para isso ou para aquilo e o jornalista se vê a mercê do seu tomador de serviço, não podendo em muitos casos agir com a verdade, imparcialidade e isenção.  

O filme:

Mesmo demorando quase duas décadas para o seu lançamento o longa mostrou peculiaridades da vida do homem das comunicações. A produção foi envolvida em escândalos de desvio de verbas para os recursos das filmagens o que ocasionou um atraso na vida de tantas pessoas que mereciam conhecer de perto as memórias de Chatô o rei do Brasil.









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