Os
fragmentos da história política que Samuel Wainer presenciara
são recorrentes até os dias de hoje
Patrick dos
Santos
Samuel Wainer fora um dos
jornalistas mais influentes do Brasil, estivera ao lado de dois presidentes do
país, João Goulart e Getúlio Vargas, ambos do PTB. Este se tornara presidente
após disputar as eleições contra Eduardo Gomes, da UND, e Cristiano Machado, do
PSD. Getúlio colocara fim à República Velha após a revolução de 30.
Wainer era um repórter muito
requisitado, ele participara de missões importantes dentro e fora do país,
apurava com lupa as informações, tinha bons olhos e bons ouvidos, escrevia pensando
no receptor, as fontes o respeitavam sejam elas quais fossem. Samuel Wainer
conquistara grandes feitos na carreia jornalística, após uma infância pobre e
uma trajetória de muita luta e disciplina, jamais se esquecera de suas origens,
esteja onde estivera. Ele chegara ao Brasil aos 13 anos de idade junto á
outros imigrantes Judeus, quando passou a viver no Bom Retiro em São Paulo.
A política de 1947 relatada
no livro minha Razão de Viver por “Samuel Wainer”, pode ser comparada aos dias
de hoje, quando ele descreve que: “havia no congresso uma campanha montada para
desmoralizar Getúlio Vargas”. Dessa forma, olhando para os noticiários do
presente pode-se constatar que, as articulações políticas e os conflitos de
interesse são corriqueiros como naquela época, principalmente quando se observa
as manobras políticas realizadas pelo presidente da Câmara dos Deputados,
que ocorrera no primeiro semestre deste ano. A manobra foi orquestrada por
Eduardo Cunha PMDB, a ação deste resultou no afastamento temporário da
Presidente Dilma Rousseff PT, onde o vice Michel Temer PMDB assumiu
interinamente a presidência da república.
Wainer viajara em sobrevoo de
Porto Alegre ao Rio Grande do Sul, onde fora designado por Assis Chateaubriand
para realizar uma reportagem sobre a cultura do trigo. Atento durante o
percurso, ele ouviu a conversa entre Nelson e Tadeu, apurou e constatou que
Getúlio recebia visitas dentro de casa, fato que foi confirmado pelo ex-oficial
da FAB, Nelson. Ouvir bem, essa era uma das metodologias de trabalho de
"Samuel Wainer".
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