Por Lilia Santos
A
política brasileira teve um dos mais simbólicos personagens de sua história.
Getúlio Vargas, após 60 anos do seu suicídio, muitas questões ainda passam pela
nossa cabeça.
Sempre nos perguntamos como ele chegou ao poder? Como seria os
bastidores dessa história? Samuel Wainer aproveitou as oportunidades que a vida
lhe deu para nos revelar um cenário até o momento, inacessível por outro
alguém.
O
livro que trata em 282 páginas as turbulências da Democracia brasileira revela
a trajetória de um homem que se tornou um dos grandes amigos de Getúlio Vargas,
feroz inimigo de Carlos Lacerda e um dos maiores jornalistas da história
brasileira.
Mas não podemos esquecer que a biografia nos apresenta apenas um
lado da história. Fico imaginando como seria cobrir, sozinho, as reviravoltas
do governo Dilma em seu segundo mandato.
Eu, com certeza, teria que aprender com um dos grandes mestres da comunicação, Samuel Wainer, como entender o jogo de
influência, corrupção e alianças desse meio para mostrar as verdades dos
bastidores do poder.
Algumas
comparações entre o Governo Getúlio e Dilma não podem ser deixadas de fora como
o caso da manifestação conservadoras do mês de março de 2015 e a Marcha com Deus Pela Família e pela
Liberdade contra o governo Vargas que também aconteceu em março de
1964.
Os rumores dos apocalípticos e dos
esperançosos, o congresso hostil nos dois períodos e as posições de Getúlio e
Dilma desagradaram os gregos e troianos. Em 1953 a economia oscilava, a
inflação nas alturas e os investimentos pareciam não muito diferentes do
momento atual, não é mesmo?
“Entre
as semelhanças, algumas diferenças, e entre as diferenças, algumas semelhanças”
diz Flávio Aguiar para a Rede Brasil Atual.
E assas
diferenças vemos nos fatores ideológicos, Vargas sempre compreendeu o valor da
mídia e aproveitou muito bem de seus benefícios ao ponto de ajudar na criação
do Última Hora, de Samuel Wayner (um jornal que mudou a imprensa brasileira).
Já o governo petista mostra-se mais prisioneiro da pressão midiática. Outra contestação é que, por mais difíceis que estejam as coisas no
governo atual, não vemos a disposição das Forças Armadas. Se um golpe vier
acontecer (acho que não é o caso) virá por meio do Parlamento ou Judiciário.
Minha
avó sempre me dizia que devemos aprender com os erros do passado e na minha
singela opinião, Dilma deveria aprender e saber mais aproveitar a disposição da
mídia em todos os seus aspectos.
Getúlio, só tinha os meios tradicionais como,
rádio, TV e impresso e nem por isso ele deixou de cuidar de sua imagem. Samuel
Wayner, por estar sempre ao lado de Vargas, foi apelidado por Lacerda de Corvo,
hoje não vemos, se quer uma geração de corvos na mídia.

Um
outro ponto que ouvimos falar muito é que, na verdade, não há provas que a
Presidente afasta cometeu crime de responsabilidade e que ela não vai
renunciar.
Mas se formos dá mais uma espiadinha em 1954, vemos que também não
havia provas contra Getúlio Vargas e ele também não quis renunciar.
Mas a
diferença está em que a presidente não parece nem um pouco tentada a cometer
suicídio, pelo o contrário, sua luta para voltar ao poder parece incansável.
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