Giselle Silva
Samuel
Wainer, jornalista célebre, Judeu do bairro do
Bom Retiro, em São Paulo, de origem humilde.
Em Minha razão de Viver conhecemos os
lamentos, as revoltas versão de um jornalista em conflitos distribuídos em 36 capítulos e 282 páginas. Assim como detalhes
de sua convivência com Getúlio Vargas, desde quando senador até o último
momento como presidente do Brasil.
O Última Hora, de 1951, foi seu veículo de grande prestígio com intuito de alcançar famílias populares brasileiras. Os próximos três anos as primeiras grandes dificuldades começaram para Wainer. No ano de 1953, Carlos Lacerda, do Jornal Tribuna da Imprensa, acusou o jornalista Samuel Wainer por receber favorecimentos para empréstimos. A partir disso, inicia-se um momento conturbado e a criação de uma CPI para verificar as transações realizadas pelo banco.
O Última Hora, de 1951, foi seu veículo de grande prestígio com intuito de alcançar famílias populares brasileiras. Os próximos três anos as primeiras grandes dificuldades começaram para Wainer. No ano de 1953, Carlos Lacerda, do Jornal Tribuna da Imprensa, acusou o jornalista Samuel Wainer por receber favorecimentos para empréstimos. A partir disso, inicia-se um momento conturbado e a criação de uma CPI para verificar as transações realizadas pelo banco.
Assim
como o jornal de Wainer, atualmente, principalmente em meio às complicadas
questões políticas vivenciadas no Brasil, inúmeras impressas encontram-se
envolvidas em algum tipo de favorecimento seja com empresas ou até mesmo em
partidos políticos. Alguns veículos não escondem sua posição. O ex-presidente
Lula, por exemplo, no momento em que foi indiciado como participante da Lava
Jato, se reuniu com o presidente da revista Carta Capital, Mino Carta, a fim de
ajudá-lo em meio a essas crises.
No
livro, Wainer consta suas desavenças já com os grandes “chefes” dos veículos
midiáticos. O jornalista descreve que jornais agiam como empreiteiras para serem
utilizadas garantindo que seria pago. O veículo chantageava o governo para
utilizar as empresas indicadas pelo veículo, caso contrário, o jornal
discorreria de ataques contra o governo.
A
questão partidária tem se tornando comum no Brasil. Como o custo de sustentar
um meio de comunicação apenas via publicidade não é o necessário, vários meios
encontraram um saída através de “barganhas” e chantagens. Os veículos de
comunicação estão deixando a imparcialidade para serem parciais determinadas
empresas e partidos políticos.
Para
além disso, Samuel Wainer relembra dos
benefícios que o governo federal efetuava aos meios de comunicação que apoiasse
o governo em questão. Com isso, os veículos beneficiados obtinham isenção federal, os anúncios, baixo custo de
importação de papel-jornal e maquinários. Ainda hoje, presenciamos como
inúmeros veículos de comunicação continuam a se sustentar através de dos custos
de políticos, desde pequenas prefeituras de pequenas cidades até mesmo grandes
estados brasileiros.
E o
que dizer da entrevista de Wainer com o “Pai dos pobres” que resultou em grande
amizade? Por um longo tempo o jornalista foi criticado por favorecer o governo
de Getúlio Vargas alegando sendo o então presidente, na verdade, responsável
pelo jornal e fazer de seu governo promissor. Segundo o livro, a amizade e
companheirismo se perpetuou até os últimos momentos de Getúlio que cumpriu sua
promessa do dia anterior que seria noticiado no jornal: “Só morto sairei do
catete”.
Os
anos se passaram, os meios de comunicação de evoluíram, progrediram. No
entanto, o jornalismo de “favorecimentos”, de apoios políticos, de embates
entre veículos permanece. Como poderemos chegar a conclusão de que um jornal
pode ser totalmente imparcial? Quando veremos tal? Cabe a nós, jovens, futuros
jornalistas a refletir, fazer da nossa profissão como sempre descrito em
dicionários: discorrer em notícias acontecimentos e opinar sobre tal.
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