domingo, 19 de junho de 2016

Resenha crítica do filme Confidencial


Após o assassinato de uma família em Holcomb, interior do Kansas, em 1959, o escritor Truman Capote (Toby Jones) chega a cidade com sua amiga e também escritora Harper Lee (Sandra Bullock) para tentar desvendar o crime e desiste de escrever o artigo para escrever um livro baseado na tragédia familiar. Ele chega até a cidade onde ocorreu o fato, e assim começa uma investigação sobre o crime. A princípio, há uma grande resistência por parte do delegado Alvin Dewey (Jeff Daniels), que acha que ele pode atrapalhar as investigações, mas depois de muita insistência, ele consegue acompanhar as investigações mais de perto e passa a ter informações privilegiadas.
 
Os assassinos são identificados como Perry Smith (Daniel Craig) e Dick Hickock (Lee Pace), e são condenados à pena de morte. Durante o processo de julgamento, Capote passa a visitar diariamente os dois para conversar sobre o fatídico dia da chacina. Mas ele começa uma forte amizade com um deles, Perry Smith. A amizade se fortalece e acaba havendo entre os dois certo envolvimento emocional, onde Capote se identifica com o criminoso que também passou por dificuldades na vida. Com informações da vida de Perry e Dick, o escritor entra de cabeça na história e passa a desvendar ainda mais a vida de ambos.

Nos encontros com amigos, Capote descreve uma história completamente diferente da que quando conversa com Perry. Diversas cenas no decorrer do filme mostram essas divergências e alterações nas informações.
 
No livro de Eduardo Belo intitulado Livro-reportagem, é citado sobre o jornalismo que traz um pouco da literatura para enriquecer ainda mais a história e envolver o leitor. Belo também cita Capote com a história do livro ‘A Sangue Frio’, relatando que a obra faz parte do new journalism, que foi criticado por alguns e até chamado de sensacionalista.

O filme é envolvente, tem um humor sarcástico e uma interpretação sensacional de Toby Jones, sem contar que é um grande exemplo sobre ética profissional para quem quer seguir na carreira de jornalista. A produção cinematográfica coloca a prova questões complexas, como a distorção de informações e a separação entre a vida profissional e pessoal. Questionamentos como: qual o exato momento em que um artigo, uma matéria ou um furo de reportagem deixa de ser apenas um trabalho e passa a interferir na vida pessoal do profissional? E quais as consequências poderão influenciar na finalização, ou não, do material?  Esses são alguns dos pontos importantes no filme que nos fazem redobrar a atenção na hora de escrever determinada matéria, pois um erro pode ser crucial e acabar com uma carreira. 
Elisabeteh Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário