sexta-feira, 17 de junho de 2016

Resenha crítica: Minha razão de viver: memórias de um repórter (1987), de Samuel Weiner


Por Danilo da Silveira

O jornal Última Hora participou de grandes acontecimentos no cenário político nacional. Criado em 1951, por Samuel Weiner, a publicação viu de perto a campanha democrática de Getúlio Vargas à presidência, o nascimento de uma nova capital federal e o golpe que levaria a nação a voltar ao jugo de militares e, consequentemente, e a implementação do AI-5.

Toda a história do Última Hora e o cenário político acima citado está estampado no livro Minha razão de viver: memórias de um repórter, escrito pelo próprio Samuel Weiner. Na obra, Weiner acompanha as reviravoltas da politicagem brasileira desde a ascensão de Vargas ao poder, em 1930, até 1972, quando vigorava o AI-5.

Em Minha razão de viver, além de um diário de bordo de um dono de jornal, Weiner relata de sua aproximção de Getúlio a sua participação no cenário jornalístico brasileiro antes de inaugurar o Última Hora; de seus casamentos, sua família e amigos a infindável guerra com Carlos Lacerda, jornalista e político (opositor de Getúlio).

O que são próximos da realidade publicada por Minha razão de viver e o atual panorama político são os escândalos revelados pela imprensa: no caso de Getúlio, inflamado pelas denúncias de corrupção em seu governo, veiculadas principalmente pelo jornal de Carlos Lacerda (a Tribuna da Imprensa). Uma dessas denúncias era o favorecimento do jornal de Weiner pela presidência. À época, o Última Hora era o único veículo a favor a política de Vargas.

Atualmente, Dilma sofreu com denúncias, expostas pela imprensa em geral, de seu governo que favoreceu e se beneficiou de empreiteiras e grandes indústrias; além de atravessar crises na saúde (Zika, Chikungunya e Dengue) e a crise econômica que assola os países subdesenvolvidos. No caso de Vargas, a seca no nordeste brasileiro, em 1952, prejudicou um pouco a imagem do “Pai dos Pobres”.


O Última Hora viveu 21 anos de publicação nas mãos de Weiner, em 1972, quando passou para as do Correio da Manhã. Durante estas duas décadas, o periódico hospedou alguns dos jornalistas e escritores mais importantes do Brasil: de Vinícius de Moraes a Ronaldo Bôscoli, de Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) a Nélson Motta.

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