Por Danilo da Silveira
O jornal Última Hora
participou de grandes acontecimentos no cenário político nacional. Criado em
1951, por Samuel Weiner, a publicação viu de perto a campanha democrática de
Getúlio Vargas à presidência, o nascimento de uma nova capital federal e o
golpe que levaria a nação a voltar ao jugo de militares e, consequentemente, e
a implementação do AI-5.
Toda a história do Última
Hora e o cenário político acima citado está estampado no livro Minha razão de viver: memórias de um
repórter, escrito pelo próprio Samuel Weiner. Na obra, Weiner acompanha as
reviravoltas da politicagem brasileira desde a ascensão de Vargas ao poder, em
1930, até 1972, quando vigorava o AI-5.
Em Minha razão de
viver, além de um diário de bordo de um dono de jornal, Weiner relata de sua
aproximção de Getúlio a sua participação no cenário jornalístico brasileiro
antes de inaugurar o Última Hora; de
seus casamentos, sua família e amigos a infindável guerra com Carlos Lacerda,
jornalista e político (opositor de Getúlio).
O que são próximos da realidade publicada por Minha razão de viver e o atual panorama
político são os escândalos revelados pela imprensa: no caso de Getúlio,
inflamado pelas denúncias de corrupção em seu governo, veiculadas
principalmente pelo jornal de Carlos Lacerda (a Tribuna da Imprensa). Uma dessas denúncias era o favorecimento do
jornal de Weiner pela presidência. À época, o Última Hora era o único veículo a favor a política de Vargas.
Atualmente, Dilma sofreu com denúncias, expostas pela
imprensa em geral, de seu governo que favoreceu e se beneficiou de empreiteiras
e grandes indústrias; além de atravessar crises na saúde (Zika, Chikungunya e
Dengue) e a crise econômica que assola os países subdesenvolvidos. No caso de
Vargas, a seca no nordeste brasileiro, em 1952, prejudicou um pouco a imagem do
“Pai dos Pobres”.
O Última Hora
viveu 21 anos de publicação nas mãos de Weiner, em 1972, quando passou para as
do Correio da Manhã. Durante estas
duas décadas, o periódico hospedou alguns dos jornalistas e escritores mais
importantes do Brasil: de Vinícius de Moraes a Ronaldo Bôscoli, de Sérgio Porto
(Stanislaw Ponte Preta) a Nélson Motta.
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