Resenha
sobre o Livro: “Minha Razão de Viver: Memórias de um Repórter”
Por Cássia André
Publicado pela editora
Planeta do Brasil e escrito por Samuel Wainer, o livro “Minha Razão de Viver”, conta
com 368 páginas e relata histórias jornalísticas do autor. A biografia foi editada
pela filha do autor Pinky Wainer e publicada oito anos após a sua morte.
O livro se inicia contanto sobre uma entrevista do autor com Getúlio
Vargas, sendo esse um dos motivos que o tornaram conhecido e respeitado no
Brasil. Na época, conseguir uma entrevista com Vargas era quase impossível e Wainer
além de entrevista-lo, ainda conquistou a sua amizade.
Ao longo da narrativa, a biografia vai mudando um pouco o
assunto e passa a se basear em 53 fitas gravadas pelo autor, onde ele relata a
sua história de vida, desde os tempos de criança, até as aventuras no jornal
“Última Hora”, que por sinal, era de sua propriedade.
A sua vida jornalística começou após começar a visitar
algumas redações. E em 1938 Wainer criou, através do grupo “Diários
Associados”, a revista “Diretrizes”, juntamente com Azevedo Amaral. A revista se
declarava de característica paulista, o que já o aproximava de Vargas.
Ao longo dos anos as suas habilidades no jornalismo foram
melhorando gradativamente, a partir de grandes experiências, como por exemplo,
quando assumiu outras redações de Assis Chateubriand, foi correspondente de
guerra, entre outras histórias na profissão, que o consagraram um dos melhores
comunicadores da época.
Após uma vivência considerável no Jornalismo, Wainer começa a
outra metade do livro, falando sobre a sua “razão de viver”, que era o seu
próprio jornal. Intitulado de “Última Hora”, o periódico contava com o apoio de
Getúlio Vargas (reeleito nesse momento). Além disso, ele foi, não apenas
jornalista do seu próprio jornal, mas também administrador e teve que enfrentar
o seu opositor político, Carlos Lacerda e o concorrente Assis Chateubriand, que
tentaram de várias maneiras acabar com a vida do jornalista e também do seu
jornal.
O livro é uma auto biografia, portanto o autor fala de si
mesmo e, provavelmente, contou apenas a sua versão dos fatos em relação as
perseguições políticas que sofria do rival de Vargas, por apoiar o seu jornal.
A partir da leitura desse livro, percebe-se que essa relação
de políticos com meios de comunicação é um dos combustíveis principais para
mantê-los de pé. Assim como Samuel Wainer era amigo e aliado de Getúlio Vargas,
hoje, diversos (provavelmente todos) jornais, revistas, rádios, emissoras de
televisão, são sustentados por partidos políticos. Percebe-se que os anos
passam, mas certos engajamentos políticos não acabam nunca, pois autor cita
algumas empreitadas políticas com empresários que até hoje testemunhamos.
Enfim, essa leitura nos faz refletir que não é de hoje que políticos se
beneficiam dos comunicadores e que comunicadores se sustentam, em sua maior
parte, das propagandas partidárias e alianças políticas.
Ok
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