sexta-feira, 17 de junho de 2016

“Minha Razão de Viver: Memórias de um Repórter”

Resenha sobre o Livro: “Minha Razão de Viver: Memórias de um Repórter”
Por Cássia André



Publicado pela editora Planeta do Brasil e escrito por Samuel Wainer, o livro “Minha Razão de Viver”, conta com 368 páginas e relata histórias jornalísticas do autor. A biografia foi editada pela filha do autor Pinky Wainer e publicada oito anos após a sua morte.

O livro se inicia contanto sobre uma entrevista do autor com Getúlio Vargas, sendo esse um dos motivos que o tornaram conhecido e respeitado no Brasil. Na época, conseguir uma entrevista com Vargas era quase impossível e Wainer além de entrevista-lo, ainda conquistou a sua amizade.

Ao longo da narrativa, a biografia vai mudando um pouco o assunto e passa a se basear em 53 fitas gravadas pelo autor, onde ele relata a sua história de vida, desde os tempos de criança, até as aventuras no jornal “Última Hora”, que por sinal, era de sua propriedade.
A sua vida jornalística começou após começar a visitar algumas redações. E em 1938 Wainer criou, através do grupo “Diários Associados”, a revista “Diretrizes”, juntamente com Azevedo Amaral. A revista se declarava de característica paulista, o que já o aproximava de Vargas.

Ao longo dos anos as suas habilidades no jornalismo foram melhorando gradativamente, a partir de grandes experiências, como por exemplo, quando assumiu outras redações de Assis Chateubriand, foi correspondente de guerra, entre outras histórias na profissão, que o consagraram um dos melhores comunicadores da época.

Após uma vivência considerável no Jornalismo, Wainer começa a outra metade do livro, falando sobre a sua “razão de viver”, que era o seu próprio jornal. Intitulado de “Última Hora”, o periódico contava com o apoio de Getúlio Vargas (reeleito nesse momento). Além disso, ele foi, não apenas jornalista do seu próprio jornal, mas também administrador e teve que enfrentar o seu opositor político, Carlos Lacerda e o concorrente Assis Chateubriand, que tentaram de várias maneiras acabar com a vida do jornalista e também do seu jornal.

O livro é uma auto biografia, portanto o autor fala de si mesmo e, provavelmente, contou apenas a sua versão dos fatos em relação as perseguições políticas que sofria do rival de Vargas, por apoiar o seu jornal.

A partir da leitura desse livro, percebe-se que essa relação de políticos com meios de comunicação é um dos combustíveis principais para mantê-los de pé. Assim como Samuel Wainer era amigo e aliado de Getúlio Vargas, hoje, diversos (provavelmente todos) jornais, revistas, rádios, emissoras de televisão, são sustentados por partidos políticos. Percebe-se que os anos passam, mas certos engajamentos políticos não acabam nunca, pois autor cita algumas empreitadas políticas com empresários que até hoje testemunhamos.

Enfim, essa leitura nos faz refletir que não é de hoje que políticos se beneficiam dos comunicadores e que comunicadores se sustentam, em sua maior parte, das propagandas partidárias e alianças políticas. 

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