Chatô: o cangaceiro da comunicação
Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Mello, assim chamava-se o revolucionário
Chatô. Um paraibano que com o seu espírito empreendedor mudou a sua história e
todo futuro da nação brasileira. Foi ele o responsável por trazer a TV ao
Brasil e por criar o Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Nem tudo que Assis
realizou pode e deve ser aplaudido de pé, tanto por estudantes como também por
colegas do jornalismo. Por muitos momentos o dono dos Diários Associados coagiu
políticos, fontes e autoridades para alcançar os seus objetivos. Ele saiu de
uma origem pouco modesta no nordeste rumo à região sudeste onde aos poucos e
com influência foi galgando o seu espaço.
Ainda na juventude,
mais precisamente aos 14 anos de idade, Chatô começou a trabalhar como
jornalista. Mais um dos seus fatos imprevisíveis, pois passou quase toda a
infância sem falar direito, pois foi acometido por uma gagueira. Em 1924 ele
comprou o seu primeiro jornal, e este foi à base para a construção do seu
império.
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Foto: Reprodução da Internet |
De jornalista a embaixador
Mesmo sendo odiado
por inúmeras autoridades, empresários e governantes políticos, Assis chegou a
ser senador e embaixador do Brasil nas terras da Rainha. O filme, baseado no
livro homônimo de Fernando Morais não adentra tão intimamente na história de
Chatô, mas pontua as suas loucuras, mudanças de humor e o seu forte apego as
mulheres e aos seus bens.
Seja por meio das
páginas do livro ou das cenas do filme, fica evidente que seu interesse era na
maioria das vezes voltado para o fortalecimento do seu império. O por querer
sempre mais e por usar métodos considerados grosseiros pela grande maioria, o
empresário foi apelidado com o título de cangaceiro – a figura típica
nordestina. Sendo seu amigo, não se tinha a vida publicada em nenhum dos seus
jornais. Mas quando o inimigo era o alvo de perseguição sua ira era implacável.
O império que perdura
O legado erguido por
Chatô está firme até a atualidade, nesse caso especifico não está relacionado às
questões físicas, mas sim a sua maneira visionária e empreendedora. As ligações
para a casa dos seus desafetos a altas horas da madrugada renderam-lhe nome e
relevância, não é a toa que sua história é analisada por diversas áreas das
comunicações sociais.
A realidade ao qual
viveu Assis não está longe do contexto atual. Cada dia mais os donos de
jornais, TV e rádio utilizam-se de seus direitos de concessão dados pelo
governo para utilizar-se ao seu bel prazer, mesmo que de forma mais velada. O
jornalismo vira um boneco de fantoche para isso ou para aquilo e o jornalista
se vê a mercê do seu tomador de serviço, não podendo em muitos casos agir com a
verdade, imparcialidade e isenção.
O filme:
Mesmo demorando quase duas décadas para o seu lançamento o longa mostrou peculiaridades da vida do homem das comunicações. A produção foi envolvida em escândalos de desvio de verbas para os recursos das filmagens o que ocasionou um atraso na vida de tantas pessoas que mereciam conhecer de perto as memórias de Chatô o rei do Brasil.
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